Os preços do petróleo finalmente recuperaram para níveis pré-pandemia, dando algum alento para o futuro, mas as empresas do setor ainda estão a lidar com o ‘trauma’ de 2020, ano em que muitas passaram de lucros robustos para perdas, em alguns casos com contas negativas pela primeira vez em anos.
Esta terça-feira, a gigante francesa Total apresentou prejuízos recorde de 5.983 milhões de euros em 2020, contra lucros de 9.312 milhões de euros no ano anterior. Na sexta-feira passada, a BP apresentara um cenário idêntico, um prejuízo de cerca 4,7 mil milhões de euros, depois de um lucro de 8,3 mil milhões em 2019.
A Galp Energia não deverá escapar à tendência quando apresentar contas a 22 de fevereiro, pressionadas pela quebra da procura devido às medidas de confinamento e a subsequente pressão nos preços dos hidrocarbonetos.
A petrolífera portuguesa terá registado um prejuízo de 8 milhões de euros em 2020, face a um lucro líquido de 561 milhões de euros no ano anterior, segundo a média das estimativas de 21 analistas.
O lucro antes de juros impostos depreciação e amortização (EBITDA) terá recuado 34% para 1.563 milhões segundo o consenso dos analistas, divulgado pela petrolífera. Os números são ajustados para corrigir os efeitos de stock e eventos não-recorrentes (RCA).
No quarto trimestre, a média das estimativas aponta para um tombo de 76% no lucro líquido para 37 milhões de euros, e de 38% no EBITDA para 251 milhões. As duas maiores divisões da empresa – ‘exploração & produção’ e ‘refinação & marketing’ – ambas dependentes do preço do crude, deverão ter registado quedas homólogas de EBITDA de 41% e 79%, respectivamente.
A 29 de janeiro, a empresa informou que registou uma quebra de 24% na venda de produtos petrolíferos no retalho para 1,5 milhões de toneladas no quarto trimestre de 2020 face a igual período de 2019,
Também no retalho, as vendas de gás natural a clientes caíram 24% para 5,9 milhões de toneladas, enquanto as vendas de eletricidade subiram 9%. Em termos de petróleo e gás natural, a produção bruta caiu 10% para 122,8 mil barris por dia.
Já o processamento das matérias primas nas refinarias da Galp caiu 11% para 23,5 milhões de toneladas, com a empresa a sublinhar que o “desempenho da atividade de refinação refletiu o abrandamento operacional em Matosinhos”. A petrolífera registou uma quebra de 53% na margem de refinação para 1,6 dólares por barril.
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