Portugal precisa de crescer com mais ambição, mais investimento e mais escala. Não é apenas uma opção económica; é uma exigência social. Para termos melhores salários, mais oportunidades e uma sociedade mais justa, temos de conseguir que mais empresas portuguesas cresçam de forma sustentada. Crescer não é um luxo, é uma urgência nacional.

É neste contexto que a Associação Business Roundtable Portugal (BRP), em parceria com a Informa D&B, identificou um grupo de 396 empresas nacionais com elevado potencial para impulsionar o crescimento económico do país. São empresas privadas, de capital português, que se encontram num momento-chave do seu percurso – o que chamamos de “fase adolescente” ou de “jovem adulta”. Faturam entre 30 e 150 milhões de euros, têm modelos de negócio robustos, equipas qualificadas e já provaram a sua capacidade de gerar riqueza e emprego. Estas empresas são o músculo do crescimento de que Portugal precisa.

Em conjunto, representam quase 8% do PIB, empregam 94 mil pessoas e exportam 4,4 mil milhões de euros. São um dos motores mais promissores do crescimento económico nacional, mas ainda subvalorizado no debate público e nas políticas de desenvolvimento. São poucas, mas fazem muito, e podem fazer ainda mais. Este trabalho não é apenas um retrato. É um apelo à ação.

Estas empresas precisam de um ecossistema que as ajude a acelerar. De financiamento adequado ao seu perfil de risco. De políticas públicas que reconheçam a importância da escala. De menos burocracia, mais talento e uma cultura que celebre quem assume o risco de crescer. Precisam também de visibilidade, de reconhecimento e de redes que lhes permitam aprender com quem já percorreu esse caminho. O país precisa de crescer com quem tem vontade – e condições – para crescer.

No BRP, acreditamos que estas empresas são protagonistas do Portugal que queremos construir: mais competitivo, mais inovador, mais coeso. Mas também sabemos que não o farão sozinhas. É preciso um esforço coordenado entre empresas, Governo, investidores, banca, academia e sociedade civil. Porque ganhar dimensão não é só sobre as empresas, é sobre o país que queremos ser.

Este mapeamento é apenas o primeiro passo. O BRP quer agora ativar este conhecimento no terreno: dar visibilidade às empresas identificadas, distrito a distrito, e desafiar os seus líderes a ir mais longe, a reconhecer o seu potencial de crescimento, a explorar riscos e oportunidades e a fortalecer a estrutura das suas empresas para crescerem de forma sustentada.

O objetivo é mobilizar os recursos e competências disponíveis no seio do BRP e no meio empresarial para apoiar estas empresas a escalar. Dar visibilidade é dar oportunidade – mas o que realmente nos move é transformar essa oportunidade em ambição e ação. Porque apoiar o crescimento destas empresas não é apenas uma questão económica, é uma responsabilidade partilhada.

Ganhar dimensão não é apenas um desafio empresarial. É uma missão coletiva. É a chave para desbloquear o potencial de um país que tem tudo para ser mais próspero, mais justo e mais relevante na Europa e no mundo. É o momento de agir com foco, com escala e com ambição. No BRP, estamos prontos para fazer a nossa parte. E não vamos parar até que crescer seja a norma e não a exceção. Porque pensar em grande é o primeiro passo para ser grande.