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BPI: Garantia para os jovens terá efeito reduzido porque o “problema é que não há casas”

O presidente executivo do BPI considera que são positivas todas as medidas que ajudem os mais jovens a comprar a primeira casa. No entanto, frisa que o “problema é que não há casas”.
31 Julho 2024, 13h14

João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, considera que a garantia pública anunciada pelo Governo para apoiar os mais jovens a comprarem a sua primeira casa é uma medida positiva, mas que terá um efeito reduzido. O banqueiro alerta que o problema principal é não haver casas no mercado.

“É uma medida específica para um nicho de mercado. Não vamos pensar que vai abranger muita gente”, referiu o presidente executivo do BPI na apresentação dos resultados referentes ao primeiro semestre, notando, porém, que “é mais uma medida que poderá ajudar os jovens a conseguirem comprar a sua primeira casa”.

“A ideia é positiva. O problema é que não há casas. Penso que terá um efeito relativamente reduzido”, disse o responsável quando questionado sobre esta medida anunciada pelo Governo – mas que ainda não foi regulamentada – que vai permitir que aqueles que não consigam pagar a “entrada” da casa possam beneficiar deste mecanismo que poderá cobrir até 15% do valor da habitação. De acordo com as regras do Banco de Portugal, definidas em 2018, os bancos apenas podem dar até 90% do valor da avaliação da casa. 

“É importante não nos esquecermos que as pessoas vão ter de pagar 100% do crédito. Vai estar causa o tema da taxa de esforço”, referiu João Pedro Oliveira e Costa, relembrando a norma macroprudencial do regulador. “Não são os bancos que não querem emprestar a 100%. É uma medida do supervisor”, referiu.

“O tema em cima da mesa não é um problema dos bancos. É um esclarecimento que terá de ser feito entre o supervisor e o Estado. É uma questão de regras e não de falta de vontade”, rematou.

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