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Gases renováveis com capacidade para substituir a 100% gás fóssil importado

Estudo conclui que descarbonização equilibrada (eletrificação mais gases renováveis) é o que implica menos custos para o desenvolvimento de redes, e gerando mais poupanças face a um cenário de eletrificação total.
17 Julho 2024, 15h00

Os gases renováveis têm a capacidade para substituir totalmente o gás natural, de origem fóssil, importado até 2050. Esta é uma das conclusões do estudo Gases renováveis e redes do futuro apresentado hoje em Lisboa pela Floene, companhia de distribuição de gás natural.

Olhando para 2050, o estudo aponta que os gases renováveis como o biometano e o hidrogénio verde vão conseguir ultrapassar o consumo nacional estimado para esse ano: 23,2 terawatts hora (Twh). Já a oferta de gases renováveis deverá superar os 59 TWh.

Destacando o biometano, a produção deste gás deverá atingir quase 14 TWh em 20250 a partir de várias fontes: biomassa, metano sintético, agropecuária, aterros, agroindústria e ETAR.

Analisando os diversos caminhos de descarbonização até 2050, o estudo concluiu que uma descarbonização equilibrada (eletrificação com gases renováveis) vai ser a que implica menores custos de investimentos na rede de distribuição de gás, na rede de transporte de gás e na rede elétrica: entre 1.120 a 1.740 milhões de euros de Capex.

No cenário de eletrificação intensiva, o Capex previsto deverá situar-se entre os 1.920 – 3.200 milhões de euros. No cenário de hidrogénio extensivo, o Capex deverá atingir os 1.430 a 2.200 milhões de euros. Um valor de Capex superior implica mais valor de investimento em redes, logo um maior peso nas tarifas da eletricidade e de gás natural para famílias e empresas.

O estudo argumenta que o cenário de descarbonização equilibrada é o que permite maiores poupanças de custos: poupança de 1.400 milhões de euros por não implicar investimentos na adaptação dos consumidores; poupança de 1.130 milhões de euros por reduzir significativamente a necessidade de investimentos no sistema.

“Se quisermos descarbonizar de forma sustentável, é importante ter soluções equilibradas. Há um potencial muito grande de gases renováveis. As poupanças dos custos globais do sistema podem representar valores de 2.500 milhões de euros. Uma poupança de 60% face a um cenário somente assente na eletricidade verde”, disse o CEO da Floene Gabriel de Sousa esta quarta-feira durante a apresentação do estudo em Lisboa.

A distribuidora destaca que a infraestrutura nacional de gás já está instalada e pronta para começar a utilizar os gases como biometano e hidrogénio verde, o que permite logo gerar poupanças. Por outro lado, a produção nacional destes gases vai permitir parar com a compra de gás fóssil a países estrangeiros.

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