Aos 72 anos, Grichka e Igor Bogdanoff, duas das personalidades mais conhecidas da televisão francesa, morreram de Covid-19, com seis dias de intervalo um do outro. Uma das decisões mais polémicas tomada por ambos foi, por estarem convencidos em relação ao seu estilo de vida saudável, não terem recebido nenhuma dose da vacina contra a Covid-19, segundo a “BBC”.
Internados desde dezembro, os gémeos viram o seu estado de saúde piorar até ao início de 2022, acabando por falecer devido a complicações relacionadas com a Covid-19.
Embora a família não tenha especificado inicialmente a causa das suas mortes, o advogado de ambos, Edouard de Lamaze, confirmou que os dois contraíram o vírus.
Um amigo da família, Pierre-Jean Chalençon, disse ser tarde demais para procurar tratamento hospitalar. “As pessoas disseram que eles eram antivaxxers (negacionistas), mas absolutamente não eram”, disse Chaleçon à BFMTV. “Vários amigos disseram-lhes para se vacinarem, mas eles achavam que, devido ao seu estilo de vida e da sua [falta de] comorbidades, não corriam o risco de contrair Covid-19”.
Os irmãos Bogdanoff eram conhecidos como um par de excêntricos, descendentes da nobreza austríaca. Tiveram o seu primeiro programa de TV nas tardes de sábado em França, o ‘Temps X’, que funcionou em 1979.
O programa foi durante anos visto de algumas maneiras como destacando a tecnologia de ponta, de acordo com o “Le Monde”, que os descreveu como ícones de um período kitsch da cultura. O Temps X apresentou outros programas de TV, como Doctor Who, The Prisoner e Star Trek, com convidados como o pioneiro da música eletrónica Jean-Michel Jarre. No entanto, quando o canal de TV foi privatizado em 1987, eles foram excluídos.
Durante a década de 1990, os seus traços faciais mudaram drasticamente, deixando-os com queixos, lábios e bochechas de aparência estranha. “Estamos orgulhosos de ter rostos como extraterrestres”, disseram uma vez.
Grichka Bogdanoff afirmava que eles nunca tinham feito “o que as pessoas chamam de cirurgia estética”, insistindo que ele e o seu irmão eram experimentais por natureza e haviam utilizado uma tecnologia “muito avançada”.
O argumento foi contrariado por um dos seus amigos, o ex-ministro da educação Luc Ferry, que disse que os dois tinham tomado injeções de Botox.
Os irmãos mais tarde tentaram fazer trabalhos académicos, escrevendo teses de doutoramento em matemática e física teórica, ambas criticadas pelos seus pares.
Antes de serem internados no hospital, os gémeos estavam a trabalhar num projeto-piloto para ressuscitar o seu antigo programa de TV.
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