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Generali Seguros avança para despedimento coletivo

O grupo segurador que engloba a Tranquilidade e Açoreana quer avançar com um despedimento coletivo, mas abre o caminho à adesão voluntária. O período de adesão livre e voluntária iniciar-se-á hoje, dia 4 de novembro, e terminará no dia 10 de novembro de 2020. “Todos os pedidos serão analisados e os colaboradores serão posteriormente contactados com a indicação dos passos subsequentes”, avança a Generali.
4 Novembro 2020, 12h21

A administração do Grupo Generali Portugal, que engloba a Tranquilidade e a Açoreana, contactou os trabalhadores a anunciar rescisões, e a convidar os trabalhadores que queiram aderir voluntariamente a um processo de rescisão. A companhia de seguros pretende, no entanto, usar a figura jurídica do despedimento colectivo por ser aquela “que melhor defende os trabalhadores, que assim ficam com acesso ao subsídio de desemprego”, segundo uma fonte.

A empresa quer englobar no despedimento colectivo mesmo os trabalhadores que aceitem a rescisão voluntária, o que só pode acontecer com o acordo destes.

Na nota a que o Jornal Económico teve acesso, a administração liderada por Pedro Carvalho diz que “como é do conhecimento de todos, estamos a implementar um modelo organizacional assente numa estrutura empresarial única. A junção das companhias origina uma duplicação de funções que importa endereçar. O objetivo é, em simultâneo com a gestão dessa duplicação, adequar e redimensionar a empresa para responder aos desafios de solidez, competitividade e sustentabilidade financeira, preparando-a para enfrentar as atuais e futuras condições de mercado”.

Assim, “foi decidido, neste contexto, avançar com um plano de otimização e redimensionamento. A fase inicial deste processo assentará num processo de adesão voluntária aberto a todos os colaboradores que ao mesmo pretendam livremente aderir, embora sujeita à aprovação da Companhia”, lê-se na nota.

Fonte oficial da Tranquilidade confirmou que foi enviada a informação a todos os colaboradores e não fez comentários adicionais.

“O modelo de implementação adotado maximiza a proteção social aos colaboradores abrangidos por este processo, nomeadamente no acesso ao subsídio de desemprego. O modelo incluirá, adicionalmente e entre outros aspetos, proteção na saúde, manutenção de condições favoráveis nos seguros pessoais e o acesso aos serviços de outplacement para apoio na reintegração no mercado de trabalho ou, dependendo das circunstâncias, na programação da passagem para uma situação de reforma ativa”, anuncia o grupo segurador.

O período de adesão livre e voluntária iniciar-se-á hoje, dia 4 de novembro, e terminará no dia 10 de novembro de 2020. “Todos os pedidos serão analisados e os colaboradores serão posteriormente contactados com a indicação dos passos subsequentes”, avança a Generali.

O processo terá uma primeira fase de candidaturas voluntárias – entre 4 e 10 de novembro; e uma segunda fase de cessação de contratos de trabalho por iniciativa da empresa – após análise das candidaturas voluntárias.

“A data de cessação do contrato de trabalho de todos os colaboradores abrangidos poderá variar em função do que vier a ser acordado com os mesmos ou da antiguidade respetiva de cada colaborador”, diz ainda a empresa.

“O Comité Executivo pretende que este processo seja realizado com transparência, sentido ético e garantindo o respeito e o tratamento digno de todas os colaboradores envolvidos”, conclui a nota.

O plano de despedimento coletivo surge na sequência da integração das companhias de seguros compradas pela Generali. A italiana Generali comprou 100% da Seguradora Unidas — que detém a Tranquilidade e a Açoreana — por 510 milhões de euros ao fundo Apollo. A Generali comprou ao mesmo fundo a AdvanceCare por 90 milhões de euros, elevando o valor do negócio para 600 milhões.

O Jornal Económico sabe que o projeto passa pela manutenção das três marcas: Tranquilidade, Logo e Açoreana (mais focada no mercado dos Açores).

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