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George Soros é a personalidade do ano do ‘Financial Times’

A equipa do jornal indica que o húngaro-americano se tornou “um porta-estandarte da democracia liberal, um conceito cercado pelos populistas”, o que fez com que atraísse “a fúria de regimes autoritários e populistas que continuam a ganhar terreno, particularmente na Europa”.
19 Dezembro 2018, 18h03

O investidor, magnata e filantropo George Soros foi nomeado personalidade do ano pelo jornal britânico Financial Times. A equipa do jornal indica que o húngaro-americano se tornou “um porta-estandarte da democracia liberal, um conceito cercado pelos populistas”, o que fez com que atraísse “a fúria de regimes autoritários e populistas que continuam a ganhar terreno, particularmente na Europa”.

“A escolha da pessoa do ano pelo Financial Times é geralmente um reflexo das suas conquistas. Este ano, a seleção é também sobre os valores que representa”, explica o jornal.

Na Hungria, país onde nasceu, o magnata é visto como “inimigo” do regime e o governo aprovou medidas para tentar diminuir a sua esfera de influência, afixando cartazes com mensagens contra o magnata, depois de ter forçado o encerramento de uma universidade financiada pelo milionário e de ter aprovado a lei de financiamento das ONG. Os valores liberais e progressistas que defende rivalizam com a doutrina ultraconservadora do primeiro-ministro do país, Viktor Orbán, que defende uma “democracia liberal” semelhante à da Rússia, China e Turquia.

Também Israel veio acusar Soros de minar governos democraticamente eleitos, através do “financiamento de organizações que difamam o Estado israelita e negam o seu direito à autodefesa”. A Rússia é outros dos países que considera que o “grande especulador” faz parte de uma elite financeira que manipula o mundo a seu belo prazer. Recentemente, durante o Fórum de Davos, Soros instigou a fúria ao presidente norte-americano, Donald Trump, ao afirmar que o republicano é “um perigo para o mundo”, devido às suas políticas neoliberais e à disputa com a Coreia do Norte.

Recentemente, George Soros, que somou milhões ao especular contra a moeda britânica na chamada “quarta-feira negra”, juntou-se à campanha “Best for Britain”, que pretende travar o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE). No entanto, a iniciativa – que Soros acredita poder acabar com a “proposta perda-perda” do Brexit – gerou mal-estar entre os britânicos, que o acusam de “hipocrisia” e de querer “minar” a democracia, depois de quase ter levado o país à bancarrota.

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