Global Media: Regulador quer ver esclarecidas dúvidas sobre investidor do grupo

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) informou esta sexta-feira que procedeu, junto da Global Media, ao pedido de informações a propósito do cumprimento de obrigações de transparência e titularidade, de forma a esclarecer dúvidas relativas à propriedade e responsabilidade pelo controlo deste grupo de comunicação social.

Em comunicado, o o conselho regulador da ERC garantiu que “continua a acompanhar com preocupação a situação do Grupo Global Media e as mais recentes notícias sobre a incerteza quanto às condições de trabalho dos seus profissionais”.

“A grave perturbação que atinge os órgãos de comunicação social que constituem o grupo, entre os quais se encontram vários meios históricos e de referência, suscita apreensões sérias do regulador ao nível da preservação do pluralismo no sistema mediático nacional”, expressou a ERC esta sexta-feira.

Desta forma, a ERC revela ter solicitado ao Grupo Global Media “informação adicional relativamente ao cumprimento das obrigações de transparência da titularidade, de modo a esclarecer dúvidas relativas à propriedade e responsabilidade pelo controlo deste grupo de média”.

Este é um pedido que vem reforçar uma solicitação que foi veiculada no mesmo sentido no passado dia 21 de dezembro em audição da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto da Assembleia da República.

Sobre este processo, a ERC reitera que está a prosseguir todas as medidas que entende serem úteis e adequadas, no exercício estrito das suas competências de regulação e supervisão.

Também esta sexta-feira, os acionistas do Global Media Group manifestaram “grande preocupação” relativamente ao não pagamento de salários aos trabalhadores do grupo e à atual situação financeira, de acordo com comunicado tornado público.

Assim, os acionistas do Global Media Group, Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira, consideram ainda que existe uma situação “de manifesto incumprimento” por parte do investidor World Opportunity Fund, Ltd. relativamente a “obrigações revelantes dos contratos, que, ao não ter ocorrido, teria permitido o pagamento dos salários e o cumprimento de outras responsabilidades da empresa”.