[weglot_switcher]

Glovo chega a Évora na próxima semana e passa a estar presente em 32 cidades em Portugal

O unicórnio das entregas continuará a expandir-se no país, com duas a três novas cidades por mês. Ricardo Batista, ‘country manager’, disse ao Jornal Económico que a empresa irá desenvolver a aplicação em termos tecnológicos e alargar os serviços e marcas disponíveis, nomeadamente supermercados e farmácias.
13 Fevereiro 2020, 09h15

A Glovo está prestes a chegar a mais uma cidade portuguesa, desta vez, no Alentejo. A startup espanhola vai começar a fazer entregas em Évora, permitindo que os utilizadores da aplicação possam comprar, enviar e receber qualquer produto – desde refeições de alguns restaurantes a livros esquecidos na casa de um familiar/amigo. Os estafetas da Glovo, que está em Portugal há pouco mais de dois anos, poderão até fazer e entregar as compras do supermercado dos seus clientes.

Há quatro meses que Ricardo Batista é o rosto que lidera os destinos da Glovo Portugal, um país onde a empresa nascida em Barcelona emprega hoje 18 colaboradores e está presente em mais de três dezenas de cidades: Amadora, Almada, Aveiro, Barreiro, Braga, Cascais, Coimbra, Covilhã, Ermesinde, Faro, Funchal, Guimarães, Leiria, Lisboa, Loures, Maia, Marinha Grande, Matosinhos, Odivelas, Oeiras, Porto, Ponta Delgada, Queluz, Rio Tinto, Seixal, Setúbal, Sintra, Torres Vedras, Vila Nova de Gaia, Vila Real e Viseu.

Licenciado em Engenharia Eletrotécnica, o gestor de 31 anos considera-se um “apaixonado por tecnologia” e sabe que desde criança que está ligado à Matemática, porque o avó foi um dos primeiros alunos do Instituto Superior Técnico. “A tecnologia dá a possibilidade de ajudar pessoas. Acho que nenhum de nós gosta de fazer coisas enfadonhas e a tecnologia mecaniza essa parte”, refere o country manager da Glovo em Portugal, em entrevista ao Jornal Económico (JE).

Entre 2011 e 2016, Ricardo Batista ocupou vários cargos na Vodafone, mas o interesse em ter funções mais próximas dos clientes e desenvolver “coisas mais palpáveis” levou-o para uma fintech em Londres, tendo mais tarde se tornado Chief Product Officer do ComparaJá.pt. Neste momento, a sua prioridade é fazer “crescer muito” a app de entregas que conquistou 9 milhões de utilizadores a nível global. O plano passa por chegar a duas ou três novas cidades portuguesas todos os meses.

“A Glovo tem uma estrutura bastante grande, em 26 países, e a estratégia está agora a ser particularizar em cada um dos países. Já não serve este guarda-chuva global e é preciso conhecer o mercado local. Portugal está numa estrutura ibérica e precisa de uma equipa que consiga trazer os próximos passos”, explica Ricardo Batista ao JE.

Desde 2015, quando foi fundada, recebeu mais de 76 milhões de pedidos na aplicação móvel, com a qual trabalham cerca de 38 mil estafetas em todo o mundo (todos trabalhadores independentes com a sua própria entidade fiscal). Segundo o responsável pela Glovo em Portugal, a ideia é que o preço das entregas diminua à medida que as encomendas e os clientes aumentam.

“Cada vez mais temos vidas ocupadas, as nossas agendas estão muito preenchidas. A visão do Oscar Pierre [CEO] é a de que tenhamos uma plataforma na qual há pessoas de quem podemos depender também para nos ajudarem. Queremos democratizar este serviço, o que quer dizer que, no limite, se houver muito volume, este serviço fica quase gratuito e com um custo marginal muito baixo” – Ricardo Batista

No final do ano passado, a Glovo fechou uma ronda de financiamento de 150 milhões de euros (série D) de investidores sauditas e europeus, liderada pela sociedade de capital de risco Lakestar, e tornou-se num unicórnio (avaliada em mais de mil milhões de euros). O montante permitiu à empresa catalã definir um plano de contratação de 200 engenheiros ao longo de 2020, financiar a expansão internacional e suportar a estrutura de recursos humanos e tecnológica.

“Há diversas frentes e, eventualmente, serviços que iremos adicionar. Temos algoritmos muito interessantes de dispatching [que servem para atribuir de funcionários ou veículos aos clientes – i.e. quem lhe toca à campainha com o saco amarelo] e queremos melhorar muito a usabilidade da aplicação, porque queremos que as pessoas tenham aquilo que exatamente querem”, adiantou o executivo da Glovo.

Há cerca de três semanas, a Glovo anunciou que iria encerrar os negócios na Turquia, no Egipto, no Uruguai e em Porto Rico – mercados que representaram apenas 1,7% das vendas brutas em 2019 – para se focar em atingir a rentabilidade no início de 2021. Assim, passará a estar em 22 países em vez dos anteriores 26.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.