A confirmação de que a Golden Goose ia entrar em bolsa caiu em saco roto. Agora, a marca italiana de roupa desportiva assente no luxo adiou a entrada na Borsa Italiana, citando turbulência nos mercados de capitais após as eleições para o Parlamento Europeu e também na marcação de eleições antecipadas em França.
Na opinião da Golden Goose, estas duas situações levaram à “deterioração significativa” das condições do mercado. A empresa adianta que o resultado das eleições e as eleições em França impactaram os mercados europeus, mas em particular o sector do luxo.
A marca italiana quer entrar no mercado para captar 100 milhões de euros na oferta pública inicial (IPO), com o objetivo de ter uma capitalização bolsista de até 1,86 mil milhões de euros, embora se tenha falado numa avaliação até aos três mil milhões de euros.
Considera então a Golden Goose que “o cenário atual do mercado não é o ambiente certo para abrir o capital da empresa”. Assim, a empresa italiana vai reavaliar a possibilidade de se lançar no mercado mais tarde, não dando indicação de quando poderá avançar.
A empresa pretendia avançar com o IPO esta sexta-feira, 21 de junho. A Golden Goose já tinha tudo alinhado para que cada título entrasse em negociações a um preço de 9,75 euros, no extremo inferior do intervalo entre 9,50 euros e 10,50 euros.
A decisão do adiamento da entrada em bolsa surge apesar de todo o entusiasmo em torno da estreia da marca italiana em negociações. Só o grupo Invesco tinha reservado 100 milhões de euros em ações para se tornar investidor maioritário, num total de 61 milhões de ações.
“A administração e os acionistas sempre estiveram determinados a garantir uma oferta pública inicial de sucesso a todos os interessados, com uma posição sólida e sustentável desempenho pós-venda e acreditamos que o contexto atual do mercado não é o ambiente adequado para isso”, indica o comunicado divulgado pela marca italiana.
Porque sem uma não há duas, também a espanhola Tendam adiou a sua entrada em bolsa, seguindo os passos da Golden Goose. A dona da Cortefiel optou por seguir o mesmo caminho que a marca italiana, citando exatamente a mesma razão: a volatilidade do mercado após as eleições europeias.
A Tendam pretendia anunciar a intenção de entrada em bolsa ainda antes desta sexta-feira, aproveitando os resultados financeiros do ano passado para definir o preço da estreia em bolsa. Agora, com tudo em suspenso, a espanhola tem duas opções: tornar públicos os resultados do primeiro trimestre a 15 de outubro ou os resultados semestrais mais cedo, a 31 de agosto.
O objetivo da empresa liderada por Jaume Miquel era aproveitar as elevadas margens registadas no ano passado, que colocou a empresa apenas atrás da Inditex em termos de rentabilidade, para conseguir um elevado valor de entrada em bolsa.
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