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Goldman Sachs antecipa forte recuperação económica em 2024

A consultora norte-americana diz que a economia global comportou-se bem melhor que as previsões, e que o próximo ano pode ser o da normalização. E o do regresso dos ganhos nos mercados de especulação.
EUA
10 – Estados Unidos
9 Novembro 2023, 10h26

A economia global “superou até mesmo as nossas expectativas otimistas em 2023”, refere o mais recente research da Goldman Sachs sobre a matéria, para enfatizar que “o crescimento do PIB está no caminho certo para superar as previsões do ano passado em um ponto percentual globalmente e em dois pontos percentuais no caso dos Estados Unidos”.

Com “a inflação subjacente a cair de 6% em 2022 para 3% este ano em sequência em economias que viram um aumento de preços pós-covid”, a consultora admite que “mais desinflação está prevista para o próximo ano. Com a normalização dos mercados de produtos e do trabalho, agora bastante avançada, o seu pleno efeito desinflacionista ainda está em curso e a inflação subjacente deverá cair para 2-2,5% até ao final de 2024”.

Nesse quadro, “continuamos a ver apenas um risco limitado de recessão e reafirmamos a nossa taxa de crescimento de 15% nos Estados Unidos”, refere o estudo. “Esperamos vários ventos favoráveis ao crescimento global em 2024, incluindo um forte crescimento do rendimento real das famílias, um menor impacto da influência monetária e do aperto fiscal, uma recuperação na atividade industrial e um aumento da disposição dos bancos centrais em reduzir as taxas se o crescimento abrandar”.

Na maioria dos principais bancos centrais “provavelmente já terminou a caminhada de aumento das taxas”, mas “os cortes provavelmente não chegarão senão no segundo semestre de 2024”. “Quando as taxas finalmente se estabilizarem, esperamos que os bancos centrais deixem as taxas acima das estimativas atuais a longo prazo”.

Para a Gondman Sachs, o Banco do Japão – que resistiu até ao limite a entrar na ‘corrida ao aumento das taxas – “será o que provavelmente começará a sair do controlo dos rendimentos já na primavera de 2024, presumindo-se que a inflação permaneça no bom caminho para chegar à meta dos 2%”.

Por outro lado, “o crescimento a curto prazo na China deverá beneficiar de mais estímulos políticos, mas a desaceleração plurianual da China provavelmente continuará”.

Neste contexto, a consultora antecipa, no que tem a ver com as perspetivas de mercado, que “os retornos em taxas, crédito, ações e commodities” voltará a expandir-se em 2024, o que é um bom sinal para os investidores – ou talvez para os especuladores.

A transição para um ambiente de taxas de juro mais elevadas tem sido difícil, admite a Goldman Sachs, “mas os investidores enfrentam agora a perspetiva de retornos futuros muito melhores nos ativos de renda fixa. A grande questão é se um retorno ao cenário de taxas muito baixas é um equilíbrio. É mais provável que a resposta seja ‘sim’ nos Estados Unidos, mais que em qualquer outro lugar – especialmente na Europa, onde a tensão das dívidas soberana poderá reaparecer”.

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