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Gonçalo Reis: “Carris é estratégica para a mobilidade e a nova equipa de gestão é experiente e multifacetada”

A nova administração, cuja aprovação em reunião da Câmara Municipal de Lisboa irá realizar-se esta quarta-feira dia 10 de dezembro, deverá entrar em funções no início de janeiro de 2026, revelou em entrevista ao Jornal Económico, Gonçalo Reis, Vice-presidente da CML. Veja aqui o nome dos novos administradores da Carris.
5 Dezembro 2025, 13h27

A nova equipa de gestão da Carris é uma equipa “experiente e multifacetada”, disse ao Jornal Económico, o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Gonçalo Reis (PSD), que tem também o pelouro das Finanças.

A nova administração, cuja aprovação em reunião da Câmara Municipal de Lisboa irá realizar-se a 10 de dezembro, deverá entrar em funções no início de janeiro de 2026.

O novo presidente da Carris, Rui Lopo, escolhido para presidir à empresa pública de transportes, vem da presidência dos Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), que é a entidade responsável pela gestão e planeamento dos transportes públicos na área metropolitana de Lisboa, o que inclui a gestão da plataforma de bilhética integrada (como o passe Navegante Metropolitano) e a operação dos serviços de autocarro sob a marca Carris Metropolitana. É  detida a 100% pela Área Metropolitana de Lisboa.

A nova administração desta empresa municipal de transporte público liderada por Rui Lopo é composta por Paula Carioca, que ficará como vice-presidente com o pelouro financeiro (tem experiência profissional no setor das telecomunicações e tecnologia, tendo passado, por exemplo, pela Portugal Telecom).

Francisco Pinto Machado será o vice-presidente da Carris. O jurista era chefe de Gabinete de Gonçalo Reis. Licenciado em Direito, foi diretor-coordenador do Deutsche-Bank Portugal durante 15 anos, com presença no Executive Committee (EXCO), foi Country Head of Human Resources do banco. No executivo de Carlos Moedas ocupou o cargo de chefe de gabinete do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, com os pelouros das Finanças, Mobilidade e Recurso Humanos.

A escolha de Francisco Pinto Machado é justificada com a necessidade de uma boa articulação entre a Câmara de Lisboa e a Carris.

Mariana Costa é a outra administradora da Carris e vem da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), é responsável pela integração dos sistemas operacionais da Carris Metropolitana, garantindo a interoperabilidade entre os sistemas de bordo, as plataformas de monitorização e os sistemas de informação aos passageiros.  O seu departamento assegura a consistência e a fiabilidade dos fluxos operacionais que suportam o serviço de transporte rodoviário.

A equipa de cinco administradores da Carris fica completa com Teresa do Passo, que será a única da equipa que será não executiva. Teresa do Passo é Assessora do Vice-Presidente

A nova composição da Administração da Carris será apresentada aos vereadores na próxima quarta-feira e Gonçalo Reis realça que se trata de uma equipa com “know-how nos transportes e mobilidade; know-how de gestão, know-how financeiro e know-how das empresas públicas e municipais”, o que faz dela uma equipa multifacetada.

Na agenda da Carris está a redefinição da sua rede de circulação. “Há já trabalhos a decorrer” nesse sentido, com estudo técnicos a serem realizados. Os trabalhos técnicos da revisão de toda a rede de circulação rodoviária estão a cargo da TIS, uma consultora especializada na área de mobilidade e transportes (área de tráfego).

“É uma agenda ativa de relançamento da empresa, com investimentos plurianuais de grande envergadura”, sublinha Gonçalo Reis.

A isto junta-se o desafio da renovação da frota. “Vamos evoluir para uma frota eléctrica sem combustíveis fósseis e com energias limpas”, disse o Vice-Presidente da Câmara.

Está inscrito no Orçamento de Estado para 2026 um montante de 35 milhões de euros para a renovação de 98 equipamentos, sublinha Gonçalo Reis.

Depois, na lista das principais áreas em transformação que a Carris tem pela frente está o lançamento de projetos estruturais de grande impacto à escala metropolitana como o Elétrico 16, que vai ligar Lisboa a Loures, ou o Metrobus entre Lisboa a Oeiras. “São projetos de grande complexidade técnica”, refere o autarca.

“Temos ainda o tema da melhoria da experiência do utilizador”, disse Gonçalo Reis que citou o exemplo das apps da Carris.

“Segurança, qualidade, resiliência, previsibilidade”, são características que o Vice-Presidente da Câmara defende para a Carris.

Rui Lopo, na opinião de Gonçalo Reis, tem o know-how necessário para os desafios relevantes com que se depara a Carris, “uma empresa de grande envergadura” e que “tem de virar a página”. Rui Lopo “conhece bem os temas dos transportes e da mobilidade na cidade”, diz o Vice-Presidente da Câmara.

Entre os desafios estão ainda a melhoria dos equipamentos históricos, como os elevadores da Bica e Lavra e os eléctricos tradicionais. Neste tema Gonçalo Reis considera prematuro avançar com as soluções técnicas para os ascensores.

“Neste momento temos a decorrer trabalhos técnicos. Uma auditoria externa (CATIM Projetos); uma auditoria interna; uma comissão técnica que inclui o LNEC e outras entidades e temos trabalhos em três vertentes: causas do acidente, melhoria da segurança e resiliência, relançamento dos ascensores em novas condições de funcionamento”, explica Gonçalo Reis.

A avaliação ao estado dos trambolhos nos elevadores da Bica e Lavra foi entregue ao CATIM — Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica com sede no Porto em consequência do acidente no elevador da Glória do passado dia 3 de setembro que provocou 16 mortos e vários feridos graves. Caberá ao CATIM a concretização de um exaustivo plano de inspeção.

O CATIM Projetos foi também escolhido para realizar a auditoria externa independente, na sequência da acidente no elevador da Glória. Portanto são dois contratos.

Esta adjudicação foi aprovada pela administração da Carris a 29 de setembro quando ainda estava em plenas funções a equipa liderada por Pedro Bogas que se demitiu depois de ser conhecido o relatório do GPIAAF que apontava várias falhas à Carris

O relatório preliminar da investigação a este acidente, elaborado pelo GPIAAF (Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Ferroviários), indicava que o cabo cedeu no ponto de fixação à cabina, numa localização que está fechada dentro do trambolho e que não era suscetível de inspeção visual sem abrir o dispositivo.

Além da auditoria independente, houve um inquérito interno conduzido dentro da própria Carris, cujos resultados finais estarão a aguardar a nomeação da nova administração.

(atualizada com mais informação sobre o currículo dos novos administradores)


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