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“Google e Facebook deviam repartir as suas receitas com os utilizadores”, defende cofundador da Apple

Steve Wozniak defende que as empresas – como a Google ou o Facebook – que ganham dinheiro com os dados pessoais dos utilizadores, deveriam repartir com estes as suas receitas. Desmarcando-se das vozes críticas, afirma que a tecnologia trará novos postos de trabalho.
10 Outubro 2017, 16h01

Ao cabo de 41 anos da fundação da Apple, Steve Wozniak diz que a revolução digital é uma realidade e que “todos somos principiantes na era digital”. Em entrevista ao jornal espanhol ExpansiónWozniack defende que, por sermos todos principiante, é necessário que “nos ajudemos mutuamente e que nós, os que temos mais experiência, inspiremos os mais novos”.

Assumindo que “todas as empresas se estão a tornar digitais” e que a tecnologia está a tornar-se “cada vez melhor, mais simples e agradável”, o cofundador da Apple acredita que não há que ter medo do futuro ou da disrupção digital. Abordando o tema do desemprego gerado pela revolução tecnológica, Wozniak afirma ser certo “que se destruirão muitos empregos, mas criar-se-ão outros tantos”. E exemplifica com o resultado das revoluções tecnológicas anteriores, afirmando que toda a disrupção tecnológica elimina intermediários ou processos, mas traz consigo, a longo prazo, grandes benefícios de produtividade e riqueza, que se repercutem em maior crescimento económico e, logo, numa nova geração de emprego.

Quando o tema é o fim da privacidade, Wozniak advoga que esta traz vantagens para o utilizador, pois os seus dados já não estão num suporte físico, mas sim na nuvem, o que impede que sejam perdidos se o suporte físico for trocado ou se avariar. Ainda assim, é contundente quando fala sobre os modelos de negócio que se apoiam na exploração publicitária dos dados dos seus utilizadores: “Se empresas como a Google ou o Facebook fazem dinheiro à custa dos dados pessoais de milhões de pessoas, de violar a sua privacidade e vender essa informação, porque não repartem esse dinheiro?”, critica. E acrescenta: “Os utilizadores deveriam receber metade [das receitas].”

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