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Governo admite “dificuldades” em cumprir promessa de dar médico de família a todos os portugueses

A ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que houve mais 30 mil utentes inscritos em cuidados de saúde primários, o que veio dificultar o cumprimento das metas estabelecidas, e disse que espera contratar mais 935 mil médicos de família ainda este ano.
António Cotrim / Lusa
12 Maio 2021, 17h59

O Governo admitiu esta quarta-feira que está a ter “dificuldades” em cumprir a promessa de dar um médico de família a todos os portugueses. A ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que houve mais 30 mil utentes inscritos em cuidados de saúde primários, o que veio dificultar o cumprimento das metas estabelecidas, e disse que espera contratar mais 935 mil médicos de família ainda este ano.

“[Dar um médico de família a cada utente] é um compromisso que ainda não atingimos mas que não desistimos de continuar a prosseguir. Não vamos dizer que a alternativa para os médicos de família que nos falta atingir é a privatização dos cuidados de saúde, com a entrega de listas de utentes a especialistas privados”, disse Marta Temido, no debate sobre política geral no Parlamento, com o primeiro-ministro.

Segundo a ministra, o Governo tem “caminhado com algumas dificuldades” na tentativa de dar cumprimento ao prometido. “Temos hoje mais 30 mil inscritos do que há um ano nos cuidados de saúde primários, o que mostra bem a procura de cuidados, inscrições e confiança no SNS [Serviço Nacional de Saúde], num ano em que muitas pessoas perderam o emprego por força da pandemia e muitos migrantes se regularizaram”, realçou.

“É um facto que estamos ainda longe das metas com que nos propusemos, mas os 935 mil médicos de família que esperamos contratar este ano e garantir que, como recém-especialistas, se fixem no SNS vão certamente ajudarmos a contrariar esta tendência bem como as unidades de saúde familiar e os novos centros de saúde”, concluiu.

A promessa de que todos os portugueses teriam um médico de família até ao final de 2017 foi feita pelo primeiro-ministro, António Costa, em setembro de 2016. Em maio de 2019, a então secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, adiou essa promessa para 2020, mas até agora ainda não se concretizou. Estima-se que existam mais de 600 mil utentes sem médico de família.

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