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Governo apresenta 64 projetos de inovação empresarial apoiados pelo PRR

Pedro Siza Vieira e António Costa vão abrir e encerrar dois dias dedicados à apresentação dos 64 projetos pré-qualificados para as Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial. Estão em causa investimentos no montante de nove mil milhões de euros, liderados por empresas como a Autoeuropa, Efacec, NOS ou Petrogal, com pelo menos 930 milhões de euros de apoios a fundo perdido.
  • Pedro Siza Vieira e António Costa
2 Dezembro 2021, 01h57

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, vai abrir às 14h00 desta quinta-feira o primeiro de dois dias dedicados à apresentação 64 projetos de investimento pré-qualificados para as Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, medida inserida no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que representam um total de nove mil milhões de euros, dos quais oito mil milhões assegurados por empresas. Está a concurso um apoio a fundo perdido de 930 milhões de euros, dos quais 558 milhões de euros para inovação empresarial e 372 milhões para as agendas verdes, mas esse valor poderá ser incrementado pelo Governo na fase seguinte do processo.

Ao longo de dois dias serão apresentadas no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões todos os projetos pré-qualificados, que se dividem entre 33 projetos mobilizadores, 30 projetos de inovação e 15 inseridos nas agendas verdes, destinando-se sobretudo a investimento produtivo (64%) e a investigação, desenvolvimento e inovação (33%). Presente durante todas as apresentações, tal como Siza Vieira, o primeiro-ministro António Costa vai intervir na sessão de encerramento, na tarde de sexta-feira, sendo o evento organizado pela IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação e pela ANI – Agência Nacional de Inovação (ANI) transmitido integralmente nos sites desses duas entidades e nas redes sociais do Governo.

Entre os 64 consórcios que viram as candidaturas pré-qualificadas por terem obtido a classificação de “muito bom”, entre um total de 144 manifestações de interesse nas Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, encontram-se alguns liderados pelas principais empresas nacionais. A Petrogal lidera uma candidatura que propõe investir 722,2 milhões de euros na Agenda M2N, desdobrada em projetos estruturantes na produção de hidrogénio verde, de etanol sintético, de bioetanol avançado, de alcohol-to-jet (ATJ), de hidrodesoxigenação de resíduos (HDO) e de criação de uma rede-piloto de postos de abastecimento de hidrogénio, mas ainda mais ambiciosa é a candidatura de outro consórcio da Petrogal, apontando 980,5 milhões de euros de investimento para a Agenda CVB – Cadeia de Valor das Baterias de Lítio, que se destina a criar um hub que abranja a totalidade da cadeia de valor, incluindo extração, refinação, produção, assemblagem e reciclagem de baterias.

A Volkswagen Autoeuropa prevê um investimento de 182,5 milhões de euros na Agenda Drivolution, que consiste na criação de um modelo de fábrica do futuro assente na digitalização de processos e na diminuição de pegada carbónica e promoção da circularidade de materiais de construção de automóveis. E a Sonae MC apresenta a Agenda VIIAFOOD, que implicará um investimento de 136,3 milhões de euros para uma plataforma destinada ao desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores no sector agroalimentar.

A REN Gás procura 51,9 milhões de euros para a Agenda Verde H2 Green Valley, destinada à criação do primeiro H2 Valley em Portugal, na região de Sines, que visa o desenvolvimento de serviços inovadores e da economia do hidrogénio verde, inserindo-se no objetivo europeu de descarbonização da economia até 2050 e na necessidade de redução da dependência energética externa de Portugal. Por seu lado, a Prio Bio lidera o consórcio que pretende investir 563,9 milhões de euros no M-ECO2: Cluster Industrial para uma Mobilidade Mais Ecológica, com o objetivo de posicionar Portugal no panorama da bioenergia mediante a aposta no HVO verde, combustível substituto do diesel produzido a partir de resíduos e hidrogénio verde, enquanto solução para veículos pesados, aviões e navios.

Já um consórcio liderado pela NOS, e que junta empresas como a Caetano Bus, a Simoldes, a Toyota, a EDP Inovação e a Siemens, pretende investir 274,3 milhões de euros em soluções de mobilidade que permitam acelerar a transição para a neutralidade carbónica até 2030 e, entre outros objetivos, criar emprego altamente qualificado em Portugal, traduzindo-se no desenvolvimento e industrialização de autocarros, veículos leves ou microcarros conetados com plataformas de dados e sistemas de energia, quantificando em tempo real as emissões de carbono evitadas com a sua utilização.

Entre as 64 candidaturas pré-qualificadas no âmbito das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial estão duas ligadas à holding Efacec, atualmente em vias de reprivatização. Um consórcio liderado pela Efacec Energia – Máquinas e Equipamentos Eléctricos quer um investimento total de 365,8 milhões de euros para 12 linhas críticas de intervenção no sentido de gerar “um ecossistema estrutural sem precedentes para o sector energético nacional” – integrando redes elétricas inteligentes, mobilidade sustentável ou redes inteligentes de gás -, enquanto o consórcio liderado pela Efacec Engenharia e Sistemas prevê 925,5 milhões de euros para fomentar uma fileira de produção de hidrogénio e metanol verdes que diminuam a dependência energética nacional e ao mesmo tempo reduzam o impacto ambiental de outros combustíveis.

As Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial são um projeto. cofinanciado pelo PRR que pretende contribuir para o aumento das exportações de bens e serviços e do investimento em investigação e desenvolvimento, bem como a redução das emissões de dióxido de carbono. Abrange áreas tão diversas quanto materiais e tecnologias de produção; ferrovia, transportes, mobilidade e logística; saúde, turismo, indústrias culturais e audiovisual; inteligência artificial, microeletrónica e blockchain; energia-transversal, hidrogénio e lítio; calçado, têxtil e vestuário; agroalimentar & economia do mar; aeronáutica e espaço automóvel; e ainda construção e habitat.

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