O ministro da Economia e da Transição Digital disse esta terça-feira que o Governo deverá apresentar, durante a próxima edição da Web Summit em Lisboa, o novo pacote de apoio ao empreendedorismo e inovação no país. O evento tecnológico anual, que em 2019 recebeu mais de 70 mil pessoas no Parque das Nações, deverá agora contar com 40 mil participantes.
“Estamos a recuperar a nossa mobilidade internacional. A aposta de fixar a Web Summit em Portugal vai dar um contributo para a recuperação da nossa atividade no início da época baixa, no outono”, referiu Pedro Siza Vieira, na conferência de imprensa de apresentação do evento.
A partir da sala onde, em 2007, foi assinado o Tratado de Lisboa – agora sala Moche da Altice Arena -, o ministro foi taxativo: “Temos condições para regressar fisicamente”. “Estamos muito entusiasmados com toda a vibração e contacto que se criará”, frisou o governante, referindo-se às startups nacionais e internacionais que terão oportunidade de se “apresentar ao mundo, com modelos de negócio e produto altamente inovadores”.
O ministro da Economia adiantou ainda que espera que haja condições para realizar presencialmente a primeira assembleia geral da European Startups Nations Alliance, que monitoriza o estado do ecossistema na Europa e tem sede em Lisboa.
Já o empreendedor irlandês Paddy Cosgrave, fundador e CEO da Web Summit, destacou que Lisboa tornou-se a cidade mais dinâmica para as pessoas e para os negócios se relocalizarem, mas no início de 2021 ainda havia incerteza sobre se seria possível trazer de novo a cimeira tecnológica para a capital portuguesa.
“No início éramos muito conservadores. Agora esperamos o máximo de participantes: 40 mil pessoas de todo o mundo. Estamos a trabalhar com o Governo e a DGS para garantir que as regras sanitárias são cumpridas”, assegurou.
No entanto, Paddy Cosgrave explicou que, em termos logísticos, tornou-se impossível manter o número de palcos e, portanto, de oradores, mas é expectável que em 2022 se regresse ao normal. Ainda assim, clarificou que haverá mais empreendedores no palco: ou seja, fundadores e CEO de empresas que estão com um crescimento rápido em vez de gestores de grandes multinacionais que costumam estar sempre presentes na lista de oradores.
Quanto à iniciativa “Night Summit”, organizada no âmbito deste evento para networking depois dos painéis e exposições, será distribuída vários pontos da cidade para evitar ajuntamentos e apoiar os pequenos negócios que foram negativamente impactados com o confinamento.
A Web Summit, uma das maiores conferências de tecnologia do mundo, regressa presencialmente a Lisboa nos próximos dias 1 a 4 de novembro, depois de um ano em formato exclusivamente virtual, devido à pandemia de Covid-19. Contudo, à semelhança do que acontece com outros encontros desta natureza, irá exigir aos seus participantes um certificado de vacinação contra a Covid-19 ou um teste PCR ou antigénio negativo feito, no máximo, nas 72 horas anteriores ao evento, apesar da evolução positiva da situação epidemiológica em Portugal.
Em 2019, a Web Summit teve um impacto sobre a procura interna de 72 milhões de euros e um impacto sobre a receita fiscal nacional de 24,9 milhões de euros.
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