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Governo aprovou anteprojeto da reforma da legislação laboral

Ministra do Trabalho explica que o objetivo das alterações à legislação laboral que o Governo quer implementar é “flexibilizar regimes laborais que são muito rígidos por forma a aumentar a competitividade da economia e a promover a produtividade das empresas”, assim como “valorizar os trabalhadores através do mérito”, “estimular o emprego, em especial o jovem, e a capacidade de reter talento” e “dinamizar fortemente a negociação coletiva e a contratação coletiva”. 
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
24 Julho 2025, 14h28

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o anteprojeto da reforma da legislação laboral, que apresentará em detalhe de seguida aos parceiros sociais. “O grande mote é flexibilizar para valorizar e crescer”, disse a ministra do Trabalho e da Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, explicando que o anteprojeto designado pelo Governo “Trabalho XXI”.

A responsável pela tutela sustentou que o anteprojeto,  por um lado, “flexibiliza regimes laborais que são muito rígidos por forma a aumentar a competitividade da economia e a promover a produtividade das empresas”, “valoriza os trabalhadores através do mérito”, “estimula o emprego, em especial o jovem, e a capacidade de reter talento” e pretende “dinamizar fortemente a negociação coletiva e a contratação coletiva”.

Por outro lado, “garante serviços mínimos nas greves dos setores essenciais”. “Serviços mínimos que, não deixando de ser mínimos, têm naturalmente de ser eficazes para que, respeitando na íntegra o direito da greve, não deixem de respeitar outros interesses igualmente fundamentais”, considerou  a governante.

Explicou também que as alterações são fruto de um diagnóstico feito e que conclui que “em pleno século XXI temos ainda um sistema excessivamente rígido” e “ancorado num modelo de relações de trabalho muito tradicionais não abertas ao século XXI trabalho na era digital”. Essa rigidez, sustentou a ministra, constitui uma entrave em si mesmo à competitividade e produtividade das empresas.

A ministra sublinha que o anteprojeto agora aprovado dá cumprimento ao acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico 2025-2028 assinado a 1 de outubro de 2024 e refere que em causa estão 30 temas chave, entre os quais a transposição de duas diretivas europeias sobre salários mínimos adequados na UE e condições de trabalho em plataformas digitais. A ideia é também modernizar o Código do Trabalho, “olhando para mais de uma centena de artigos” e serão revistos nove diplomas legais complementares.

Maria do Rosário Palma Ramalho vai reunir às 15h00 com os parceiros sociais, apresentando-lhes em detalhe as medidas do Governo, que são um “ponto de partida para a negociação”. “Negociação essa que este Governo, como o anterior, privilegia muito que seja feita com os parceiros sociais e na concertação social”, razão pela qual a ministra não quis antecipar pormenores das medidas.

Entre os vários temas em cima da mesa na concertação social está a possibilidade de os trabalhadores poderem ‘comprar’ dias extra de férias, com perda de salário, mas sem prejuízo noutros benefícios.

As confederações patronais concordam com a ideia “base” e definem condições para que a proposta tenha pernas para andar. Centrais sindicais esperam para ver conteúdo da medida mas alertam para impossibilidade jurídica e para uma “desigualdade gritante” caso a ideia avance tal e qual como o executivo a designou no seu programa. Serviços mínimos e fim das restrições à subcontratação estarão também em cima da mesa.

O fim das restrições ao regime do outsourcing durante um ano após o despedimento de trabalhadores, assim como a definição de uma percentagem mínima fixa de serviços mínimos, assim como a regulação do teletrabalho serão também alvo de alterações.

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