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Governo entrega hoje o Programa de Estabilidade com corte nas projeções do PIB e mais défice (com áudio)

O Executivo irá entregar ao Parlamento o documento que será discutido em plenário a 29 de abril e do qual constam as projeções para a economia portuguesa até 2025. Défice orçamental deverá fixar-se entre os 4,5% e 5% do PIB e a projeção de crescimento de 5,4% será revista em baixa em mais de um ponto percentual, sinalizou recentemente João Leão.
  • João Leão Discussão Oe 2021
    Tiago Petinga/Lusa
15 Abril 2021, 08h15

O Governo irá entregar esta quinta-feira o Programa de Estabilidade na Assembleia da República, depois da discussão em Conselho de Ministros. O documento que será enviado por Bruxelas irá inscrever uma atualização do cenário macroeconómico devido aos efeitos do novo confinamento e das medidas de apoio à economia e ao emprego, numa altura em que a incerteza em torno da pandemia continua a dificultar as projeções das Finanças e da generalidade das instituições.

O Executivo irá entregar ao Parlamento o documento que será discutido em plenário a 29 de abril e do qual constam as projeções para a economia portuguesa até 2025.

O ministro das Finanças, João Leão, já sinalizou que o défice orçamental deverá fixar-se entre os 4,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da previsão de 4,3% do PIB previstos no Orçamento para 2021 (OE2021), depois de em janeiro, do Terreiro do Paço, ter chegado a indicação de que “a segunda vaga da pandemia, mais intensa do que o esperado, e as medidas restritivas de confinamento associadas, com maiores apoios ao rendimento das famílias e às empresas, deverão conduzir a uma revisão em baixa do cenário macroeconómico e do saldo orçamental para 2021”.

As projeções do Governo para o saldo orçamental deverão, assim, fixar-se acima dos 4,1% previstos pelo Conselho das Finanças Públicas, próximo dos 5% projetados pelo Fundo Monetário Internacional, mas abaixo dos 6,3% previstos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).

Também as projeções para o crescimento do PIB se fixarão abaixo dos 5,4% inscritos no OE2021. Segundo as declarações de João Leão à RTP3 no final de março, a revisão em baixa deverá ser em “mais de um ponto percentual”, tendo o governante salientando que a “revisão em baixa deste ano vai conduzir, como tem prevista uma recuperação muito forte da economia no segundo semestre, vai implicar que, quer a partir do segundo semestre, quer a partir de 2022, a economia cresça mais do que o esperado”.

A Comissão Europeia é atualmente a instituição mais otimista sobre o desempenho da economia nacional este ano, projetando um crescimento de 4,1%. No extremo oposto está a OCDE que vê o PIB português a expandir 1,7%, enquanto o Banco de Portugal (BdP) e o FMI alinham na projeção de 3,9% e o CFP vê a economia a crescer 3%. Já para 2022, o BdP prevê um crescimento de 5,2%, o CFP de 4,9%, o FMI de 4,8%, a Comissão Europeia de 4,3% e a OCDE de 1,9%.

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