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Governo está a avaliar construção de barragem no Ocreza para regularizar o Tejo

“Vamos avaliar muito a sério a construção desta barragem [no rio Ocreza]. O Tejo tem hoje menos 23 a 25% do caudal que tinha quando foi assinada a Convenção de Albufeira. E aquilo que sentimos hoje é que o cumprimento da Convenção de Albufeira não basta”, afirmou João Pedro Matos Fernandes.
  • Cristina Bernardo
21 Novembro 2019, 18h18

O ministro do Ambiente e da Ação Climática garantiu hoje que está a avaliar “muito a sério” a construção de uma barragem no rio Ocreza, cujo objetivo principal é poder regularizar o caudal do rio Tejo.

“Vamos avaliar muito a sério a construção desta barragem [no rio Ocreza]. O Tejo tem hoje menos 23 a 25% do caudal que tinha quando foi assinada a Convenção de Albufeira. E aquilo que sentimos hoje é que o cumprimento da Convenção de Albufeira não basta”, afirmou João Pedro Matos Fernandes.

O governante, que falava à margem da apresentação do 6.º Inventário Florestal Nacional, cuja cerimónia decorreu em Castelo Branco, explicou que é necessário ter um meio extra para poder regularizar o caudal do rio Tejo, de forma a garantir que os ecossistemas não são afetados quando o caudal de Espanha, mesmo cumprindo a Convenção de Albufeira, seja baixo para as exigências e expectativas nacionais.

“Aquilo que se afigura mais evidente é fazer uma barragem no Ocreza. Não há qualquer comparação desta barragem com aquela que esteve pensada para o Alvito. Estamos a falar de uma barragem pensada para fazer a regularização do Tejo, mas claro que pode ter outro usos”, sublinhou.

Adiantou ainda que o trabalho que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está a fazer contempla mais do que uma localização.

“Como é normal num estudo prévio, contempla hipóteses de localização, custos associados a cada uma dessas localizações, quantidade de água que consegue reservar em cada uma dessas localizações e principais impactos ambientais. Isto, porque a seguir tem de haver um estudo de impacto ambiental. Porque, sim, vão haver impactos ambientais. É inevitável que eles existam e teremos de os saber avaliar e comparar com o ganho ambiental de ter mais água no Tejo”, frisou.

João Pedro Matos Fernandes explicou que a APA se comprometeu a entregar este estudo prévio em junho ou julho de 2020.

“Vamos discuti-lo até setembro ou outubro e, se for uma boa alternativa e fizer sentido, daqui a um ano começar o projeto de execução da barragem”, concluiu.

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