O Governo propôs hoje um aumento gradual da remuneração dos bombeiros sapadores de 15% a 20% até 2026, incluindo a criação de suplementos de risco e de função como resposta às reivindicações dos sindicatos destes profissionais.
A proposta foi apresentada numa reunião de negociação entre o Governo, representado pelo ministério que gere a pasta da Coesão Territorial, e os sindicatos dos bombeiros sapadores.
“Nesta reunião, o Governo apresentou a sua proposta inicial, que consiste na revisão da tabela remuneratória, tendo por base o sistema remuneratório da Administração Pública em vigor, a criação de um suplemento de risco e a criação do suplemento de função, que cobre os conceitos de penosidade, insalubridade e disponibilidade permanente, com uma evolução faseada entre 2025 e 2026”, avançou o Governo, em comunicado.
De acordo com a mesma fonte, a proposta implica que, a partir de janeiro de 2025, os bombeiros sapadores no ativo tenham um aumento médio de “cerca de 5%” nas suas remunerações.
Ale disso, adianta o gabinete de Manuel Castro Almeida, os novos suplementos, de risco e de função, traduzem um aumento médio, em dois anos, de até 15%.
Garantindo que a proposta traduz “a vontade de valorizar, adaptar e adequar a carreira dos bombeiros sapadores”, o Governo admitiu que a negociação constitui “o passo inicial para a resolução” das reivindicações de há vários anos feitas pelos profissionais.
A próxima reunião está agendada para 25 de novembro.
Segundo referiu na semana passada o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, o processo negocial deverá terminar ainda este ano.
Nas negociações, que tiveram início e 28 de outubro, foram definidas como áreas prioritárias o sistema remuneratório e a tabela salarial, a aposentação e o desgaste rápido, o tempo e o horário de trabalho, e também a questão da avaliação dos trabalhadores.
No caderno reivindicativo da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais consta, além da revisão do estatuto profissional, também a indexação da tabela salarial à remuneração mínima nacional.
Embora garantam estar de boa-fé nas negociações, os sindicatos já avisaram que se não houver acordo satisfatório, poderão avançar com “ações de luta necessárias”.
No início de outubro, centenas de profissionais manifestaram-se junto à Assembleia da República, tendo derrubado as grades de proteção ao edifício e ocupado a escadaria durante três horas, além de terem rebentado petardos e queimado pneus.
Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2025, entregue em 10 de outubro no parlamento, o Governo quer rever as remunerações e as novas regras para a aposentação dos bombeiros sapadores no primeiro trimestre do próximo ano.
Os sapadores bombeiros estão presentes em 25 cidades do país, com mais de 3.000 elementos.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com