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Governo revela existirem 2.131 profissionais de saúde infetados com o novo coronavírus

Os números foram dados a conhecer a durante a conferência de imprensa de balanço dos números relativos à pandemia da Covid-19 em Portugal, pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
  • Graça Freitas, diretora-geral da DGS, e António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde
16 Abril 2020, 14h42

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, revelou esta quinta-feira, 16 de abril, que 2.131 profissionais de saúde estão infetados com o novo coronavírus, entre os quais 396 são médicos e 566 enfermeiros e 1.169 assistentes operacionais, técnicos e outros profissionais de saúde. Os números foram dados a conhecer a durante a conferência de imprensa de balanço dos números relativos à pandemia da Covid-19 em Portugal.

Na quarta-feira, a Escola de Saúde Pública divulgou o resultado de um inquérito aos profissionais de saúde, concluindo que mais de seis em cada 10 casos suspeitos de infeção por Covid-19 em profissionais de saúde não foram submetidos a vigilância ativa e apenas um quarto realizou o teste nas primeiras 24 horas.

Instada a comentar os números a diretora-geral da Direção-Geral de Saúde (DGS), Graça Freitas, disse: “Nenhum destes valores nos parece à partida estranho”.

Graça Freitas sublinhou, contudo, considerando tratar-se de “uma população especial com capacidade para se autovigiar”, que os profissionais de saúde que ficaram em casa durante 14 dias “ficaram em vigilância passiva, a vigiarem os seus sintomas e a reportarem”.

Questionado pela capacidade das autoridade realizarem testes à Covid-19, Lacerda Sales afiançou que a capacidade do país nessa matéria está a ser reforçada, “os números assim o evidenciam”: até hoje as autoridades médicas contabilizam 208.738 testes realizados.

“Mantemos a mesma capacidade de testagem, 11.000 testes diários – sete mil em hospitais públicos e quatro mil em hospitais privados. Por milhão de habitantes, contam-se 20.430 testes realizados”, detalhou.

Governo diz: “Temos de aprender a viver com o vírus”
Para o secretário de Estado da Saúde, a pandemia terá de ser vista com parte da realidade e, por isso, apelou: “Temos de aprender a viver com o vírus, com a consciência de que a única vacina que dispomos no momento é o distanciamento social e que o regresso à normalidade terá de ser feito gradualmente, respeitando as orientações técnicas internacionais, nomeadamente da Organização Mundial de Saúde, do Centro Europeu do Controlo de Doenças, tendo como base a melhor evidência cientifica disponível.

Para ajudar a suportar o isolamento social, a DGS vai publicar hoje à tarde, no seu site Covid-19, “um manual para ajudar as famílias a lidar com o isolamento”, salientou.

António Lacerda Sales revelou, ainda, que existem “mais de 35 mil pessoas em vigilância clínica, a serem acompanhadas pelas equipas de saúde familiar, através da aplicação Trace Covid-19”, uma plataforma que conta com “mais de 73.200 profissionais” e com “mais de 110 mil utentes inscritos”.

Sobre a linha telefónica de emergência SNS 24, garantiu que está a dar repostas às atuais 9.500 chamdas diárias que recebe, “a larga maioria atendida pelo operador”. “Esta linha pode e deve ser utilizado em caso de dúvida sobre outras patologias”, lembrou.

Quanto ao material disponível para combater o surto epidemiológico do novo coronavírus garantiu que o Estado português recebeu, esta semana, “nove mil respiradores FFP2 e FFP3 e cerca de seis milhões de máscaras cirúrgicas entre outros equipamentos, como luvas, toucas e protetores de acalçado”. O material está a ser distribuído “de acordo com as necessidades, por todo o país”, acrescentou.

Portugal regista hoje 629 mortos associados à covid-19, mais 30 do que na quarta-feira, e 18.841 infetados (mais 750), indica o boletim epidemiológico divulgado pela DGS.

O relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de quarta-feira, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortos (355), seguida pelo Centro (146), pela região de Lisboa e Vale Tejo (115) e do Algarve, com nove mortos. O boletim regista quatro óbitos nos Açores.

Relativamente a quarta-feira, em que se registavam 599 mortos, hoje observou-se um aumento percentual de 5% (mais 30). De acordo com os dados disponibilizados pela DGS, há 18.841 casos confirmados, mais 750, o que representa um aumento de 4,1% face a quarta-feira.

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