O Governo anunciou esta quarta-feira que vai suspender apoio ao investimento em olival na região do Alqueva e delimitar as manchas contínuas para proteção da biodiversidade. O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, considera que as implicações do olival têm sido “distorcidas” pela opinião pública e não têm as pressões ambientais que lhe são atribuídas.
“Determinei, no atual quadro comunitário de apoio, que não haverá no perímetro de Alqueva mais apoios ao investimento para a instalação de olivais e de agro-industrias associadas ao olival, porque temos capacidade de laboração suficiente”, afirmou o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, no debate marcado de urgência pelo Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), com o tema “travar as culturas intensivas e superintensivas”.
O governante anunciou também que vai encomendar um estudo sobre o impacto da continuidade da mancha de olival, visando a “proteção da biodiversidade”. Ainda assim, o ministro da Agricultura lembra que o olival português exporta atualmente para alguns dos “mercados mais exigente do mundo” e está sujeito a controlo rigoroso, em matéria de qualidade.
Luís Capoulas Santos disse ainda, sobre culturas intensivas e superintensivas, que “o olival ou olival em sebe não promove mais as pressões ambientais do que qualquer outra cultura de regadio, até pelo contrário”. “Os indicadores mostram que [as culturas de olival] são menos consumidoras de água e têm menos impacto negativo no solo”, afirmou.
“[As distorções da opinião pública] põe em causa uma atividade económica de grande relevância para o país e que contribui para esta região”, sublinha Luís Capoulas Santos.
O olival intensivo encontra-se sobretudo no Alentejo. Segundo dados do Ministério da Agricultura, o olival em sede – que veio aumentar significativamente a rentabilidade e trazer uma menor dependência de mão-de-obra – corresponde 20 mil hectares em todo o país, o que se traduz a “menos de 1% do olival nacional”.
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