O mês de agosto não tem sido bondoso para as cotadas tecnológicas de Wall Street. Quatro das maiores empresas de tecnologia mundiais perderam um valor combinado de 625 mil milhões de dólares (578,9 mil milhões de euros) do seu valor de mercado num único mês.
Agosto pode vir a ser descrito como um ‘mês negro’ para os títulos negociados em bolsa, uma vez que se prepara para ser classificado como pior mês de 2023 até à data.
A Apple, Microsoft, Tesla e Meta foram as empresas que viram mais de 600 mil milhões evaporarem-se das suas contas, aponta o “Business Insider”.
A Apple é a cotada com o maior declínio de agosto, tendo perdido, até 25 de agosto (sexta-feira), um total de 314 mil milhões de dólares (290,85 mil milhões de euros), mais de metade do valor total. Por sua vez, a Tesla perdeu 117 mil milhões (108,4 mil milhões de euros), a Microsoft um total de 114 mil milhões (105,6 mil milhões de euros) e a Meta viu o seu valor cair 80 mil milhões (74,1 mil milhões de euros)
Só este mês, as ações da Apple perderam 10% do seu valor, enquanto a Tesla e Meta viram uma perda próxima dos 13% e a Microsoft quase de 5%. Esta quebra nas quatro das maiores tecnológicas mundiais contrata com o sentimento vendido nos nomes da tecnologia, como a Nvidia, e também com o índice S&P 500, que alberga os grandes nomes da indústria, que cresceu 14% desde o início do ano.
As elevadas taxas de juro (que estão à beira de um novo aumento) e os rendimentos crescentes dos títulos estão a pesar sobre as ações das empresas negociadas em Wall Street. O “Business Insider” aponta que os elevados custos de empréstimo estão a corroer os lucros das empresas e a tornar os seus títulos menos atrativos para os investidores.
Apesar de tudo, este declínio pode ser uma tendência sazonal, como o que tem sido registado há mais de três décadas, e os títulos podem voltar a ganhar o seu valor.
O que se passou?
A Apple tem estado a braços dados para perceber o porquê das suas vendas estarem em queda. O iPhone e o iPad parecem já não estar a atrair os consumidores, tendo as vendas desde dois produtos abrandado nos últimos anos.
Já a Tesla de Elon Musk tem preocupado os investidores. No último ano já foram vários os cortes de preço por parte da empresa, com o valor pedido a cair cada vez mais.
Mas tudo aponta a que os investidores tenham descoberto o novo Santo Graal: Nvidia.
A empresa de semicondutores entrou de rompante em cena e arrebatou o enorme sector tecnológico, afetando as empresas de maior capitalização.
Embora a Nvidia já exista desde 1993, tendo iniciado a sua viagem em Wall Street em janeiro de 1999, a verdade é que ganhou ímpeto este ano com a falta de processadores no mercado. A californiana aproveitou a corrida da Inteligência Artificial e já conseguiu triplicar a sua capitalização de mercado desde o início do ano, sendo atualmente a sexta empresa mais valiosa do mundo, tendo ultrapassado a Tesla e Meta.
Na apresentação dos resultados do segundo trimestre, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, apresentou um disparo de 843% nos lucros para 6,2 mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros) face ao período homólogo, enquanto que as receitas subiram para os 13,5 mil milhões de dólares (12,4 mil milhões de euros), sendo que as vendas cresceram 88% nesses três meses.
A maior surpresa, no entanto, foi o anúncio de recompra de 25 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros) em ações próprias, o que influenciou as negociações em bolsa. Com os investidores a atirar dinheiro para a empresa de Huang, a Nvidia vale hoje 1,16 biliões de dólares (1,1 biliões de euros), estando oficialmente no exclusivo ‘trillion-dollar club’.
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