O magnata norte-americano do setor segurador, Greg Lindberg, foi condenado a uma pena de prisão de sete anos e três meses por tentativa de suborno um comissário dos seguros do estado da Carolina do Norte, Mike Causey, a troco de benefícios regulatórios para a Global Bankers Insurance Group (GBIG), noticiou o “The Wall Street Journal“.
Gred Lindberg foi considerado culpado por um tribunal da Carolina do Norte, em março deste ano, tendo sido agora condenado a uma pena de prisão de sete anos e três meses. A publicação dá conta de que a equipa de advogados de defesa de Greg Lindberg pretende interpor recurso da decisão.
Em cada um dos 50 estados norte-americanos existe um comissário do setor segurador e, embora as suas funções variem de estado para estado, regra geral, prendem-se com a proteção dos consumidores e regular a atividade.
O empresário norte-americano era o detentor da holding Bankers Insurance Holdings que, por sua vez, é dona da subsidiária GBIG que, em setembro de 2018, selou um acordo para comprar a seguradora GNB Vida ao Novo Banco — hoje, GamaLife — por 190 milhões de euros.
No entanto, este acordo entrou em compasso de espera porque a GBIG desistiu de comprar a italiana Pramerica Life Itália devido às reticências que o regulador italiano tinha em relação à capacidade financeira e à idoneidade da entidade compradora, tal como noticiou o Jornal Económico, em março de 2019.
Entretanto, a Bankers Insurance Holdings é vendida a fundos geridos pela Apax Partners, que é uma firma de private equity, com sede em Inglaterra e presença internacional.
Em outubro de 2019, o Novo Banco comunicou ao mercado a venda da GNB Vida por 168 milhões à Bankers Insurance Holdings, agora detida pela Apax Partners. Na nota dirigida ao mercado, a instituição financeira referiu que o negócio se fez por 168 milhões de euros, justificando que o novo preço equivalia “para a base comparável de ativos subjacentes ao preço de 190 milhões de euros anteriormente comunicado, dado o decurso de tempo e a venda de imóveis da seguradora verificados entretanto”.
Esta operação teve luz-verde da Comissão Europeia e da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), em junho e agosto de 2019, respectivamente.
O jornal “Público“, em agosto deste ano, avançou não apenas que a venda da GNB Vida, em outubro de 2019, resultou em perdas de 268,2 milhões de euros para o Novo Banco, justificando nova chamada de capital ao Fundo de Resolução (FdR), ao abrigo do mecanismo de capital contingente, como também que existirão indícios de relações entre a Apax Partners e Greg Lindberg, levantando dúvidas sobre a idoneidade do comprador da seguradora.
O FdR já reagiu ao preço da operação e a ASF e a GamaLife já desmentiram quaisquer ligações com Greg Lindberg. Por um lado, o FdR, em comunicado, esclareceu que a venda da GNB Vida à Apax Partners “se mostrava, face aos cenários possíveis, como a solução que minimizava as perdas para o mecanismo de capitalização contingente, ao mesmo tempo que permitia dar cumprimento ao compromisso assumido pelo Estado junto da Comissão Europeia” e garantiu que “o valor da venda correspondeu ao valor da melhor oferta recebida na sequência de um processo de venda aberto e competitivo”.
Por outro lado, a ASF, em comunicado, explicou que “em momento algum se pronunciou sobre a operação de venda, mas apenas sobre a idoneidade e a capacidade dos novos acionistas para assegurar a gestão sã e prudente da GNB – Companhia de Seguros de Vida” e que efetuou “múltiplas diligências”, não tendo apurado “qualquer ligação entre Greg Evan Lindberg e o grupo adquirente da GNB Vida”.
Por sua vez, a GamaLife garantiu que não tem “qualquer relação” com Greg Lindberg.
https://jornaleconomico.pt/noticias/asf-esclarece-que-nao-se-opos-a-venda-do-gnb-porque-lindberg-nao-seria-o-beneficiario-final-623864
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