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‘Greenchain’, um GPS energético sustentável

Esta é, sem dúvida, a grande mensagem a passar. O rastreio energético é um serviço cada vez mais difundido, associado ao crescimento do mercado de contratação corporativa de energia sustentável.
23 Dezembro 2020, 09h38

Uma das grandes preocupações ambientais da atualidade é a sustentabilidade energética. Porém, e embora cresça a atenção de muitos atores económicos pela eletrificação das suas frotas automóveis ou escritórios, por exemplo, quando carregamos as baterias dos veículos, ou ligamos o computador ou a máquina do café, não sabemos qual a origem dos eletrões que lhes permite o pleno funcionamento. Afinal, através da circulação pelos cabos não é possível distinguir entre sistemas de produção de energia, se estes são renováveis ou não renováveis.

Mas, através de uma inovação tecnológica, o Greenchain, as empresas têm a oportunidade de assegurar junto de colaboradores, parceiros e daqueles que adquirem os seus produtos que os mesmos são 100% limpos.

E como funciona esta solução tecnológica blockchain?

Em poucas palavras, tem como missão efetuar o rastreio da eletricidade injetada na rede. O objetivo é aferir a sua fonte. A operação consiste em gerir os dados registados nos medidores de uma determinada instalação, e assim confirmar essas garantias de origem descarbonizada. Os mesmos são armazenados numa plataforma, que valida a respetiva fiabilidade, para além de permitir que o cliente aceda à informação a qualquer momento, a partir de qualquer ponto do mundo.

As vantagens desta solução residem na simplicidade e transparência quanto à integração da informação, facilidade de acesso, escalabilidade e a segurança completa e privacidade dos dados que o blockchain garante. Os clientes podem verificar a denominada planta renovável específica que está a gerar eletricidade, bem como estatísticas de consumo anteriores, comparativos com os resultados atuais, além de aceder a outros materiais relevantes, como a pegada ecológica.

Ao verificar se o consumo é exclusivamente renovável, os produtores utilizam um sistema de cálculo total da energia que geraram. Após as certificações obrigatórias por parte das várias entidades credenciadas, podem vendê-la como tal aos seus clientes. Assim, e se 30% da energia gerada for verde, então, se os produtores venderem metade para uma entidade distribuidora, na respetiva conta ainda poderão comercializar 15% com essa denominação.

Falei há pouco nos veículos elétricos. Esta é mais uma vantagem associada ao conceito, pois também pode ser aplicado em postos de carregamento. Para tal, cada automóvel terá uma assinatura própria, que será utilizada no registo de qualquer carregamento das suas baterias e automatizar o pagamento associado. Além disso, os veículos podem tornar-se numa fonte de abastecimento, ao fornecer eletricidade e outras funcionalidades à rede, e com isso assumir-se como um auxiliar precioso à sua estabilidade.

Prova da relevância desta plataforma, a sua eleição pelo Fórum Económico Mundial como uma das soluções mais inovadoras da década no setor energético. De acordo com este organismo internacional, estamos perante uma das iniciativas considerada como exemplar e disruptiva, isto pela capacidade de contribuir para a transição energética, algo que consta do relatório “Inovações Globais do Setor Energético 2010-2020”.

Esta é, sem dúvida, a grande mensagem a passar. O rastreio energético é um serviço cada vez mais difundido, associado ao crescimento do mercado de contratação corporativa de energia sustentável. De facto, é por demais evidente que se assume como um atributo fundamental para os clientes corporativos ou institucionais de renováveis que estabeleceram compromissos de usar uma fonte limpa nas suas políticas de sustentabilidade.

Bem-vindo, pois, à Era da Economia 100% Verde.

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