[weglot_switcher]

Greenvolt e Alpac Capital juntas em central solar com mais de 700 megas no Alentejo

O projeto fica localizado no concelho de Nisa, distrito de Portalegre, e vai ser implementado numa área superior a mil hectares. É o segundo maior projeto solar do país, superado apenas pela central de Santiago do Cacém com mais de um giga de potência.
28 Abril 2023, 14h32

A Alpac Capital e a Greenvolt estão juntas numa mega central solar projetada para o concelho de Nisa, distrito de Portalegre.

A central fotovoltaica de Nisa conta com 705 megawatts (MW) de potência, cujo promotor é a SESAT – Sociedade de Energia Solar do Alto Tejo, detida maioritariamente pela Greenvolt, liderada por João Manso Neto.

Presente no capital também está a sociedade espanhola Alpac-Luz.ON Solar Energy, uma participada da Alpac Capital, sociedade detida por Pedro Vargas David e Luís Santos. O terceiro acionista, com uma participação menor é a Bookworld – Consultoria.

Esta central conta com mais de um milhão de painéis fotovoltaicos, cada um com 660Wp (watts pico); 82 kms de rede de cabos de baixa tensão; linha elétrica com 4,61 kms. O período de exploração da central será de 30 anos.

A central vai ficar localizada na União das Freguesias de Arez e Amieira do Tejo e na freguesia de São Matias.

Este é o segundo maior projeto solar do país, sendo superado apenas pela central Fernando Pessoa em Santiago do Cacém que tem mais de um giga de potência e que obteve luz verde ambiental no início deste ano.

O projeto entrou agora em consulta pública que termina a 12 de junho. Os terrenos pertencem ao grupo Altri que detém 17% da Greenvolt diretamente e através da sociedade Celbi.

Anualmente, a central irá produzir mais de 1.,2 milhões de megawatts hora (MWh), numa área superior a mil hectares.

A central vai ser ligada à subestação da Falagueira para onde depois será escoada a produção na rede elétrica nacional.

Os promotores do projeto também pretendem articular a “eventual produção hidroelétrica da futura barragem do rio Ocreza” a “este centro eletroprodutor” constituindo assim “um mix único e particularmente virtuoso nas suas complementaridades”. A futura barragem fica a menos de 10 kms da central.

A Alpac Capital desenvolveu o projeto de uma central solar com 250 megawatts (MW) em Panóias, Ourique, distrito de Beja, que já conta com luz verde ambiental. Este projeto é atualmente detido pela Galp.

Os promotores destacam que a central vai produzir eletricidade e que a vai vender no mercado “ou através da celebração de contratos bilaterais com clientes finais ou com comercializadores de eletricidade, incluindo com o facilitador de mercado ou um qualquer comercializador que agregue a produção”.

O documento também acrescenta que “se for possível a nível legal, técnico e administrativo, a eletricidade produzida (ou parte dela) poderá ser destinada à exportação – através de linhas de transporte que atravessem os Pirenéus – para países da União Europeia, da Europa central e do Norte, bem como, eventualmente, à venda para países fora da UE, nomeadamente Marrocos e/ou Argélia”.

“A viabilização da exportação de energia renovável para a Europa Central e do Norte será relevante para a atividade de produção sem remuneração garantida”, aponta.

Por outro lado, será “igualmente estudada a possibilidade de articular a produção deste centro eletroprodutor com a produção hidroelétrica da barragem (espanhola) de Cedillo, situada no rio Tejo, precisamente em cima da fronteira de Portugal com Espanha”.

“O desígnio deste projeto é de que seja “evitada a ociosidade de infraestruturas de rede” – sendo desta forma e neste contexto a agregação de múltiplas fontes primárias renováeis com o armanezamento hídrico de Ocreza (e/ou Cedillo). Uma grande produção de solar (como a da SESAT) com entrega na subestação da Falagueira terá aqui uma forte componente estabilidadora, absolutamente fundamental para a sustentabilidade e fiabilidade da rede”, pode-se ler.

O projeto também prevê a instalação de uma unidade de armazenamento de, no mínimo, 30 megawatts”, estando ainda “em estudo avançado a definição final da tecnologia de armazenamento selecionada”.

A Alpac, fundo sediado no Dubai, também tem estado ativo no mundo da comunicação social, tendo comprado o canal televisivo Euronews e os jornais Nascer do Sol e Inevitável.

Os dois acionistas portugueses do fundo – Pedro Vargas David e Luís Santos – são filhos do ex-eurodeputado do PSD, Mário David, e do ex-selecionador nacional de futebol, Fernando Santos, respetivamente.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.