O grupo Amorim, maior acionista da Galp, estará a pressionar o Estado para vender a sua participação na petrolífera portuguesa, segundo o jornal “Eco”. Atualmente, a Galp está avaliada em mil milhões de euros, de acordo com preços de mercado.
Segundo fontes próximas do assunto, o grupo Amorim enviou várias cartas à Parpública nos últimos anos, indicando que a entidade do Estado já deveria ter vendido as suas ações. O Estado detém títulos correspondentes a 8,2% do capital da Galp.
Nestas cartas, o grupo familiar indica que a Parpública encontra-se em incumprimento, pelo menos, desde 2017. Em causa está a quinta fase da reprivatização da Galp, que aconteceu em 2008 no Governo de José Sócrates.
Perante essa operação, em 2010, a Galp efetuou uma emissão de obrigações que tinha as ações da petrolífera detidas pelo Estado como ativo subjacente. Estes títulos tinham uma maturidade de sete anos e quem os adquiriu tinha duas opções: converter as obrigações em ações ou pedir o reembolso em dinheiro.
Aquando do fim do prazo, em 2017, a maioria dos investidores optou pelo reembolso, com a Parpública a ter de pagar 885 milhões de euros.
O grupo Amorim, que controla 36,69% da Galp, em conjunto com a Sonangol, a Parpública deveria ter vendido as ações no mercado, entendendo que foi isso que determinaram as regras da quinta fase de reprivatização da Galp. Acresce ainda o facto do Conselho de Ministros ter, através de resolução, previsto a saída do Estado da Galp no Programa de Estabilidade e Crescimento 2010-2013.
Este era um programa de reprivatizações no setor energético e que previam medidas de correção da dívida pública. Empresas como a EDP e a REN integravam a lista do Programa e o Estado já abandonou o capital de ambas as empresas, mantendo-se, contudo, no da petrolífera.
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