[weglot_switcher]

Grupo Brisa anuncia oportunidades de negócios de 100 milhões de dólares nos EUA

A empresa tecnológica do grupo Brisa, A-to-Be, espera concretizar novas oportunidades de negócios no mercado norte-americano até ao início de 2020, revelaram os seus gestores em Chicago.
25 Julho 2019, 07h43

A empresa tecnológica A-to-Be, do grupo Brisa, tem identificadas oportunidades de negócio no mercado dos EUA num “valor global estimado entre 50 milhões e 100 milhões de dólares”, revelou o Chief Strategy Officer (CSO), Luís Nunes, em Chicago durante uma apresentação feita à imprensa portuguesa, realizada a propósito da entrega de 115 máquinas automáticas de pagamento de portagens a uma das concessões de auto-estradas que opera no Estado de Illinois. Luís Nunes admite que o resultado destas oportunidades a que a A-to-Be concorre comecem a surgir “no início de 2020”.

Realizada na tarde de terça-feira, 23 de julho, na sede da operação da A-to-Be em Chicago – localizada a cerca de uma hora de distância do centro de Chicago, num office park localizado em Butterfield Road, de Downers Grove – a apresentação contou com a presença do administrador da Brisa, Daniel Amaral, partner do fundo de investimento Arcus, que detém 19,09% do capital social da Brisa, e do presidente executivo da A-to-Be nos EUA, Jason Wall.

Luís Nunes explicou que a tecnológica do grupo Brisa tem atualmente seis contratos com clientes localizados nos Estados da Virginia, da Carolina do Sul, do Colorado, de Washington, da California, além do contrato no Illinois. Mas as perspetivas de negócio do grupo Brisa nos EUA incluem outros Estados como Indiana, “vizinho” do Illinóis, Ohio, Kentucky, Luisiana, o sul do Texas, a Florida, Connecticut, a cidade de Boston ou Porto Rico, entre outros.

“Nos EUA a velocidade com que se concretizam propostas de negócios é muito rápida, sobretudo no sector das tecnológicas, porque nas habituais feiras que realizadas para as empresas de tecnologias, os potenciais clientes querem saber logo tudo, ter garantias sobre aa atividade das empresas e o grau de sucesso identificável no seu ‘track record’ para fecharem negócio com rapidez”, explicou ao Jornal Económico o CSO da A-to-Be. Luís Nunes adianta que, “ao contrário dos contactos semelhantes existentes em Portugal e na Europa em geral, nos EUA as questões relacionadas com o preço de uma tecnologia e os seus custos de manutenção são primordiais para decidir o sucesso de um negócio e conseguir fechar um contrato”. “Aqui nos EUA, os negócios são muito rápidos, sendo fundamental para uma empresa como a A-to-Be estar muito ativa nas apresentações em feiras – os designados “industry days” – e também nos contactos com potenciais clientes, o que faz com que a nossa equipa nunca pare, porque o mercado é muito grande e há imensas oportunidades de negócio identificáveis”, comenta.

Entre os negócios concretizados nos EUA pela tecnológica do grupo Brisa, figura o contrado de backoffice da operação de portagens eletrónicas e automáticas da “Pocahontas Parkway” no Estado da Virginia. Trata-se da mesma Pocahontas que pertenceu ao BES. Os contratos firmados pela A-to-Be têm sido um bom “cartão de visita” do grupo Brisa nos EUA, porque “têm corrido bem, com grande satisfação dos clientes, o que tem sido possível também devido à parceria forte que temos com a empresa de engenharia AE-Com que domina bem as tecnologias utilizadas na cobrança de portagens”, explica Luís Nunes.

A instalação e manutenção de 115 máquinas automáticas de pagamento de portagens no Estado do Illinois também funcionou como um teste à robustez daa tecnologia portuguesa, porque as condições meteorológicas de operação destas máquinas obrigam-nas a enfrentar situações extremas de muito calor com humidade no Verão e de frios gélidos, com temperaturas inferiores a 30º graus negativos no Inverno. “Os americanos dão valor às tecnologias que provam funcionar, facilitando-lhes a vida quotidiana”, comentou ao Jornal Económico o CEO da A-to-Be nos EUA, Jason Wall.

Esta apresentação decorreu num clima de tensão evidente, atendendo ao facto da Brisa aguardar o desfecho do processo de negociação com os fundos credores que tomaram a dívida da Auto-Estradas do Douro Litoral (AEDL). Há cerca de uma semana que dura o impasse negocial com os fundos credores – as sociedades Kings Forest, Yellow Sapphire, Field Point Acquisitions, Ring Send, Cross Ocean Sif, Cross Ocean Eur, Cross Ocean USD e Rath Gar, que reclamam mais de 868 milhões de euros à Brisa – liderados pelos fundos SVP – Strategic Value Partners, representados por Leonardo Mathias. O acordo entre a Brisa e os fundos credores será decisivo para encerrar um contencioso jurídico que já envolve seis providências cautelares e o trabalho de várias equipas de advogados. Refira-se que os fundos credores pretendem assumir o efetivo controlo da AEDL no exercício do direito de “step in”. O  administrador da Brisa, Daniel Amaral regressou a Lisboa na terça-feira, 23 de julho, segundo informações da Brisa prestadas ao JE.

Incluíndo dois bancos que não estão com este grupo de credores, o montante total da dívida adquirida pelos fundos aos bancos comerciais ascende a cerca de 1.010 milhões de euros. Além da Brisa – a maior acionista da AEDL – detêm o capital desta concessão rodoviária a Teixeira Duarte, a Zagope, a Alves Ribeiro e a Tâmega Engineering.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.