Um grupo interdisciplinar de investigadores, empreendedores, criativos e gestores portugueses, a viverem dentro e fora do país, lançou esta semana o “PORTUGUESSES”, um projeto que visa ouvir, mobilizar e transformar o futuro de Portugal.
À Lusa, Sílvia Curado, portuguesa a viver em Nova Iorque e uma das impulsionadoras desta iniciativa, explicou que a ideia para o “PORTUGUESSES” surgiu de uma convergência de vontades de “fazer acontecer” e da convicção de que a colaboração entre os que estão dentro e fora de Portugal “tem um potencial extraordinário para gerar impacto positivo” no país.
“Ao longo do meu percurso fora de Portugal tenho testemunhado, invariavelmente, uma vontade impressionante – diria até fora do comum – entre os portugueses que estão fora, de contribuir de alguma forma para o país. Existe uma ligação emocional fortíssima da diáspora a Portugal”, garantiu a investigadora e diretora de Investigação na New York University.
“É notória a vontade forte e genuína da nossa diáspora de contribuir mais para Portugal, mesmo entre aqueles que saíram mais recentemente. A vontade de ‘dar de volta’ ao país, ouso dizer, é bastante mais acentuada do que aquela que observo entre diásporas de outros países”, afirmou.
Nesse sentido, com o objetivo de alavancar essa vontade e potencial, o grupo lançou “PORTUGUESSES”, uma plataforma de escuta ativa, de encontro e de visão comum, em que, num ‘website’ próprio, é feito um apelo à participação através do preenchimento de um inquérito ‘online’ e anónimo – chamado “Bússola”.
Nesse inquérito, é pedido aos portugueses – dentro e fora de Portugal – que partilhem ideias, visões, casos de sucesso, medidas, abordagens e práticas de sucesso vividas noutros países pela diáspora portuguesa e que possam ser replicadas ou adaptadas em território nacional.
Numa segunda fase, depois de recolhidos os potenciais contributos e após uma análise dos dados, o objetivo será transformar essas ideias em projetos concretos e, possivelmente, servir de base para a definição de políticas públicas, explicou Sílvia Curado.
“Queremos utilizar os dados recolhidos através da ‘Bússola’ não só para identificar ideias inovadoras, mas também para compreender a trajetória da nossa diáspora e a sua motivação para explorar novos mundos e/ou regressar a Portugal”, disse ainda à Lusa, em Nova Iorque.
Apesar de se tratar de um questionário anónimo, todos os participantes terão a oportunidade de permanecer ligados à rede “PORTUGUESSES”.
“Queremos promover mudanças reais, concretas e transformadoras”, reforçou.
Sílvia Curado integra igualmente a associação Conselho da Diáspora Portuguesa, que reúne 309 conselheiros de Portugal no mundo, espalhados por 42 países.
Apesar dos objetivos entre o “PORTUGUESSES” e o Conselho da Diáspora estarem bastante alinhados, especialmente no sentido de ambos quererem alavancar a diáspora como uma mais-valia para Portugal, o projeto lançado esta semana tem o diferencial de ser acessível a todos os portugueses dentro e fora de Portugal.
“Todos poderão partilhar a sua voz e ideias, e permanecer envolvidos também na concretização”, sublinhou.
Além de Sílvia Curado, a equipa do “PORTUGUESSES” é, para já, composta por Daniel Guedelha, fundador e CEO da GenH, com base em Basileia, na Suíça; Filipa Saraiva, doutoranda em Sociologia do Direito na Universidade de Coimbra; Hélder Romão, ‘partner’ da empresa DSR, em Lisboa, e Pedro Góis, sociólogo e professor universitário na Universidade de Coimbra.
Além de apelar ao preenchimento do inquérito e à inscrição na ‘mailing list’ do “PORTUGUESSES”, Sílvia Curado insta ainda os portugueses a passar a palavra sobre este projeto e a inspirar outros a juntarem-se a esta comunidade “que sonha, que acredita e que quer fazer acontecer”.
“Queremos ouvir quem está em Portugal e quem partiu, mas nunca deixou de pertencer. Queremos que a diáspora se una aos que ficaram, porque acreditamos que Portugal só tem a ganhar quando se abre ao mundo e escuta os seus”, defendeu a organização no lançamento da iniciativa.
“Convidamos todos os que queiram contribuir: com ideias, tempo, talento, conhecimento, redes ou simplesmente presença, seja ela física ou emocional. (…) Acreditamos que, juntos – diáspora e residentes – podemos redesenhar caminhos de esperança, colaboração e impacto”, concluiu.
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