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Grupo Louis Vuitton cancela compra da joalharia Tiffany e abre batalha judicial

Com o negócio desfeito, a Tiffany garantiu já ter avançado com um processo contra o grupo detido por Bernard Arnault, para forçar o grupo a concluir o negócio acordado no ano passado, tendo ainda acusado o grupo francês de atrasar propositadamente a conclusão da aquisição da empresa.
9 Setembro 2020, 18h34

O grupo de bens de luxo, Louis Vuitton Moët Hennessy, afirmou esta quarta-feira, 9 de setembro, que cancelou a compra a joalharia Tiffany, cujo negócio estava fixado nos 16 mil milhões de dólares (13,5 mil milhões de euros), avança a “Reuters”. Este é um dos maiores negócios que não se realizou depois da pandemia de Covid-19.

Com o negócio desfeito, a Tiffany garantiu já ter avançado com um processo contra o grupo detido por Bernard Arnault, para forçar o grupo a concluir o negócio acordado no ano passado, tendo ainda acusado o grupo francês de atrasar propositadamente a conclusão da aquisição da empresa.

Caso fosse concluído, este estaria entre os maiores negócios dos últimos tempos na indústria do luxo, mas, de acordo com a “Reuters”, como a pandemia atingiu duramente o setor, o proprietário questionou se não estava a pagar demasiado pela joalharia com 183 anos, voltando atrás no que já estava acordado.

Com a pandemia, a indústria de luxo está a verificar uma quebra acentuada das vendas após uma década de crescimento. Assim, a Covid-19 fez com que as previsões apontassem para uma quebra de receita na ordem dos 35% para este ano, enquanto a consultora Bain estima que a faturação atinja níveis de 2019 em 2022 ou 2023, ou seja, daqui a dois ou três anos.

O grupo francês adiantou em comunicado que recebeu uma carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros de França, a pedir para atrasar a aquisição da Tiffany para uma data posterior a 6 de janeiro de 2121, devido à ameaça das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos a produtos franceses.

O grupo de Bernard Arnault disse ainda em comunicado que a empresa Tiffany também tentou adiar a data de aquisição para 31 de dezembro, pouco mais de um mês depois da data original, que se tinha fixado em 24 de novembro. Decidindo manter a mesma data, o grupo Louis Vuitton decidiu “não completar a aquisição da Tiffany & Co”.

Ao abrir um processo judicial contra o grupo francês, a empresa de jóias quer que o grupo de bens luxuosos cumpra a sua obrigação contratual nos termos previamente acordados entre os dois, adiantando que a Louis Vuitton quebrou as obrigações relacionadas com a autorização anti-trust. 

Depois do cancelamento da aquisição, a joalharia encontra-se a desvalorizar 6,41% para 114 dólares (96 euros) na Bolsa de Nova Iorque, enquanto o grupo francês encerrou a sessão de hoje no negativo, perdendo 0,09% para 404,05 euros na Bolsa de Paris.

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