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Grupo Luís Vicente prevê subir em 30% produção de fruta nacional em 2019

A marca ‘Maria’, exclusivamente dedicada à produção e comercialização de fruta nacional, está a alavancar o crescimento deste grupo com origem na região de Torres Vedras.
2 Dezembro 2019, 07h30

O Grupo Luís Vicente, uma das maiores empresas nacionais de produção e comercialização de frutas, espera crescer em 30% a produção de fruta nacional este ano, com a aposta na marca de fruta ‘Maria’, dedicada exclusivamente à fruta de origem portuguesa.

O Grupo Luís Vicente encerrou o ano passado com um volume de negócios de cerca de 75 milhões de euros, mas essas valores dizem respeito ao total de produção e comercialização de fruta nacional e de outros países no mundo, não tendo sido divulgadas as estimativas de faturação do grupo para o presente exercício.

Um comunicado da empresa adianta que o Grupo Luís Vicente vai encerrar 2019 com uma produção de 15 mil toneladas de fruta nacional, destacando-se a pera rocha, maçã gala, nectarinas, pêssegos, ameixas, marmelo e dióspiro, entre outras frutas.

“Além do mercado nacional, a gama Maria está presente em dez outras geografias, que representam 70% do total da comercialização da gama”, sublinha o referido comunicado.

Esta nota explica ainda que o Grupo Luís Vicente já investiu um total de 250 mil euros na criação e apoio da marca Maria desde 2018.

Nesse mesmo comunicado, o Grupo Luís Vicente anuncia a produção e comercialização de 15 mil toneladas de fruta nacional em 2019, “uma origem que representa 35% do total de faturação do Grupo, que em 2018 foi de 75 milhões de euros”, acrescentando que “a fruta portuguesa tem um peso cada vez mais significativo no negócio total da empresa e para 2019, o Grupo Luís Vicente prevê um crescimento de 30% na produção nacional, alavancado na nova marca ‘Maria’.

“A marca ‘Maria’ foi criada especialmente para se diferenciar da concorrência a nível nacional, e reforçar a presença nos mercados de exportação mais maduros como o Brasil, Angola, Cabo Verde, Espanha, França, Reino Unido, Canadá e Alemanha. Com esta aposta, o Grupo pretende ainda reforçar presença nos mercados mais recentes, como Colômbia e México, e chegar a novas geografias. O mercado de exportação é responsável por cerca de 70% do volume de negócios da fruta nacional”, assinala o mesmo comunicado.

Miguel Barbosa, diretor-geral da Luís Vicente SA, acredita que “o sucesso do grupo reside na paixão e respeito que temos pela fruta”.

“No grupo, já existiam marcas específicas para outras origens, mas não existia nenhuma que identificasse a origem nacional. Por esse motivo, sentimos necessidade de criar uma marca de referência para a produção nacional, que está a ser muito bem-recebida no mercado porque se é ‘Maria’ é ‘Made in Portugal’, e é sinónimo de confiança e qualidade”, defende aquele responsável.

O Grupo Luís Vicente tem mais de meio século de existência e, hoje em dia, reclama a produção e comercialização de mais de 70 mil toneladas de frutas e legumes em todo o mundo, num total de 20 variedades.

“Em Portugal, a produção está maioritariamente concentrada na região do Oeste e na herdade de Ferreira do Alentejo, num total de 670 hectares de produção. Para controlar a cadeia de valor e garantir maior capacidade de conservação, o grupo detém atualmente duas centrais fruteiras na zona Oeste dedicadas exclusivamente à produção nacional. A mais recente foi adquirida em 2018, e está localizada na Abrunheira. Neste momento, o Grupo tem capacidade para trabalhar e conservar mais de 14.000 toneladas”, de fruta, assegura o comunicado do grupo.

A marca de fruta nacional ‘Maria’ foi apresentada em Berlim, na feira internacional Fruit Logistica, em fevereiro de 2019, “e foi criada com o propósito de reforçar o posicionamento do Grupo Luís Vicente enquanto empresa de referência da produção nacional”.

“O mercado de exportação continua a ser estratégico na expansão da nova marca, pelo que este mês, a marca ‘Maria’ foi o destaque no ‘stand’ do grupo, na feira internacional ‘Fruit Attraction’, realizada em Madrid, de 22 a 24 de Outubro”, destaca o referido comunicado.

Segundo os responsáveis do Grupo Luís Vicente, “a marca ‘Maria’ agrega todas as frutas produzidas em território nacional, como a pera rocha, a maçã Gala, a maçã Fuji, a nectarina, o pêssego, a ameixa, o marmelo e o dióspiro, frutas intrinsecamente portuguesas, com todas as características que são reconhecidas à produção nacional: frescura, qualidade e sabor”.

Miguel Barbosa explica ainda a origem do nome ‘Maria’: “A marca ‘Maria – Frescura Portuguesa’ (‘Maria – Portuguese Freshness’, na versão internacional) apela à portugalidade da fruta. Apesar de ser um nome muito português, tem também um forte apelo junto dos mercados lusófonos, da saudade. Ao mesmo tempo, não é um nome estranho para os países anglo-saxónicos. Queremos apresentar a nossa ‘Maria’ como uma fruta madura, atrevida, sedutora, fruto da paixão. Que é como os consumidores veem a produção nacional: ser português pesa na decisão dos consumidores, em todos os mercados onde estamos presentes”.

‘Maria’ é a mais recente marca a integrar o portefólio do Grupo Luís Vicente, que já tem a ‘Plump’, insígnia para a fruta tropical que a empresa produz sobretudo no Brasil e Costa Rica; a Frubis, marca de fruta desidratada e de IV Gama, e a ‘Kibala’, para os legumes produzidos em Angola.

O Grupo Luís Vencente nasceu há 50 anos, no Turcifal (Torres Vedras), com a criação da Luís Vicente S.A.

Neste momento, da fruta nacional aos frutos tropicais, a empresa tem produção própria de frutas em Portugal, Angola, Brasil e Costa Rica, contando com presença logística em países como Espanha e Holanda.

O Grupo Luís Vicente exporta para Canadá, Espanha, Holanda, Reino Unido, Rússia, Marrocos, Angola, Dubai, Singapura, Malásia, entre outros.

Em Portugal, produz especialmente na região do Oeste e em Ferreira do Alentejo, onde detém uma propriedade de 200 hectares em plena produção, e conta ainda com o empenho de seis dezenas de associados da sua organização de produtores, a GlobalFrut.

O Grupo Luís Vicente emprega cerca de 400 trabalhadores.

(Atualizada)

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