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Grupo Sonae respira de alívio e dá ganhos ao PSI 20

A praça portuguesa contrariou a Europa, onde as principais bolsas terminaram a sessão no ‘vermelho’.
17 Outubro 2018, 16h53

O índice de referência nacional PSI 20 fechou esta quarta-feira com uma valorização de 0,30% para 5.058,08 pontos, com o grupo Sonae a corrigir após as quedas das últimas duas sessões. A praça portuguesa contrariou, assim, a Europa, onde as principais bolsas terminaram a sessão no ‘vermelho’.

“A bolsa portuguesa acabou por apresentar uma overperformance face às praças europeias. A favorecer este comportamento esteve a valorização das ações do grupo Sonae, dos CTT e da NOS”, explicaram os analistas do BPI. “As bolsas europeias encerraram em baixa, especialmente as do sul da Europa – Espanha e Itália”.

As ações da Sonae valorizaram 3,27% para 0,8365 euros, enquanto a Sonae Capital ganhou 2,67% para 0,73 euros. Ainda no retalho, a Jerónimo fechou uma subida de 0,22% para 11,35 euros. A impulsionar o índice estiveram os CTT, que ganharam 2,86% para 3,312 euros por ação.

Em sentido contrário, a Altri e a Semapa registaram as maiores quedas (de 3,29% – para 7,340 euros – e 2,22% – para 16,700 euros -, respetivamente). A Mota-Engil desvalorizou 2,08% para 1,884 euros e a Corticeira Amorim caiu 1,38% para 10,020 euros.

Energia em destaque

Para o setor da energia, a sessão foi plena de notícias. A EDP Renováveis divulgou indicadores preliminares, com a produção de energia de fontes renováveis nos primeiros nove meses de 2018 a aumentar 4% para 20,7 TWh, face ao período homólogo. Os títulos deslizaram 0,18% para 8,135 euros.

Os fundos do investidor Paul Elliot Singer – conhecido por investir em ativos em dificuldades – adquiriu uma posição total no capital da EDP de 2,2925% (dos quais 1,7077% são detidos pela entidade Elliot International e 0,5848% pela entidade Elliot Associates). As ações da elétrica liderada por António Mexia subiram 0,67% para 3,140 euros.

A REN valorizou 0,25% para 2,388 euros, depois de a Standard and Poor’s ter revisto em alta o rating atribuído à empresa de longo e curto-prazo de ‘BBB-/A-3’ para ‘BBB/A-2’, com o outlook estável.

A Galp ganhou 0,42% para 15,630 euros, num dia de correção dos preços do petróleo. O norte-americano crude WTI cai 2,79% para 69,91 dólares por barril, enquanto o brent de referência europeia perde 1,79% para 79,95 dólares por barril.

“A descida que se registava nos preços do petróleo, agravada pela divulgação de uma subida dos stocks de crude nos EUA mais acentuada que o esperado, condicionou o setor energético logo após a revelação às 15h30m, ainda que tenha havido um alívio da queda na última meia hora”, explicou Ramiro Loureiro, analista do MTrader, Millennium bcp.

Europa foca Itália

“As praças europeias perderam o fulgor matinal e a maioria acabou por encerrar em baixa. As palavras de um comissário Europeu de que Bruxelas não deveria aceitar o Orçamento italiano caíram mal junto dos investidores, levando a um movimento de subida das yields da dívida de Itália, um tema que se tem revelado muito sensível para os mercados de ações”, referiu o analista.

O PSI 20 teve um desempenho superior às pares europeias. O índice pan-europeu Euro Stoxx 50 perdeu 0,40%, o alemão DAX 0,52%, o francês CAC 40 perdeu 0,54%, o espanhol IBEX 35 desvalorizou 0,80% e o italiano FTSE MIB tombou 1,28%. A única outra exceção foi o holandês AEX, que avançou 0,27%.

“A evitar males maiores poderão ter estado alguns bons resultados nos EUA, com expoente máximo na Netflix, que à hora de fecho da Europa ganhava mais de 6%”, acrescentou.

Os juros das dívidas soberanas também reagiram à questão, com a yield das Obrigações italianas a 10 anos a dispararem 9,5 pontos base para 3,548%. O efeito contágio aos restantes países da periferia da zona euro foi ligeiro, sendo que a yield da dívida portuguesa benchmark avançou 0,8 pontos base para 1,948%. No mercado cambial, o euro deprecia-se 0,31% para 1,1538 dólares.

[Notícia atualizada às 17h15]

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