Nos EUA, o S&P 500 chegou esta semana a negociar muito próximo de máximos históricos, impulsionado pelas valorizações da Amazon, Alphabet e Microsoft, assim como pelos resultados trimestrais consistentes que aumentaram o otimismo em volta da força da economia norte-americana. Caso o máximo tocado pelo índice a 26 de janeiro fosse derrubado seria um bom sinal para os investidores que acreditam que a última década de ganhos em bolsa estará a acabar.

No entanto, a earnings season deste trimestre acabou por ser ligeiramente abafada pelos conflitos comerciais, tendo a China anunciado, na última quarta-feira, planos para tarifas de 25% em 16 mil milhões de dólares de importações provenientes dos EUA. Esta ação surgiu um dia após os EUA terem publicado uma lista de taxas aduaneiras sobre 16 mil milhões de dólares em produtos chineses.

A Apple anunciou resultados do terceiro trimestre fiscal, finalizado em 30 de junho de 2018. A companhia divulgou uma receita de 53,3 mil milhões de dólares, um incremento de 17%, face ao período homólogo, e um lucro trimestral de 2,34 dólares por ação. As vendas internacionais contabilizaram 60% da receita do trimestre.

A Tesla apresentou os resultados que atingiram máximos históricos de 4 mil milhões, suportados por um aumento das margens do Model 3 durante o decorrer dos últimos três meses. Adicionalmente, Elon Musk, CEO da Tesla, afirmou que tenciona tornar a empresa privada a um preço de 420 dólares por ação. Tal acordo valorizaria a companhia de carros elétricos em cerca de 70 mil milhões.

Na Europa, os principais índices até iniciaram a última semana de uma forma positiva, tendo o efeito desvanecido, registando a grande maioria perdas durante três sessões consecutivas com os investidores a recearem uma nova escalada nas tensões comerciais entre os EUA e outras nações como a China. Contudo, uma forte temporada de lucros nos EUA deu algum suporte às bolsas europeias, alimentando o otimismo do mercado.

Em Portugal, o PSI 20 tem dado continuidade ao período de lateralização em que se encontra, oscilando em torno dos 5.600 pontos.

A Galp tem sido das principais cotadas em destaque, tendo valorizado quase 20% desde os mínimos relativos atingidos em finais de maio. A empresa energética tem beneficiado dos aumentos crescentes na cotação do petróleo, tendo atingido inclusivamente máximos de 10 anos. A imposição de sanções dos EUA ao Irão fez o preço da commodity subir.

Os CTT também têm registado uma recuperação significativa, encontrando-se os títulos a negociar em máximos de maio deste ano, altura em que negociaram em ex-dividendo. A Jerónimo Martins também já recuperou na quase totalidade do ajuste no preço, fruto de ter estado a negociar em ex-dividendo no final de julho. Negativamente, é possível destacar-se a EDP e a Sonae Capital, que recuaram para mínimos de finais de maio.