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Guerra comercial deixou de ser uma ameaça e já está a “abrandar” economia mundial, alerta FMI

Em conferência de imprensa em Washington, o porta-voz da instituição, Gerry Rice, recordou que a equipa do FMI já tinha avisado que “as tensões comerciais constituíam uma ameaça e o que dizemos agora é que não são só uma ameaça, porque já estão a começar a abrandar o dinamismo da economia mundial”.
Presidente chinês, Xi Jinping, e governante norte-americano, Donald Trump, conversam durante evento em Pequim, em 2017
12 Setembro 2019, 17h25

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje que a guerra comercial entre os EUA e a China deixou de ser uma ameaça e está já a “abrandar” o dinamismo da economia mundial, que evolui a um ritmo “relativamente lento”.

Em conferência de imprensa em Washington, o porta-voz da instituição, Gerry Rice, recordou que a equipa do FMI já tinha avisado que “as tensões comerciais constituíam uma ameaça e o que dizemos agora é que não são só uma ameaça, porque já estão a começar a abrandar o dinamismo da economia mundial”.

Nas suas últimas estimativas sobre o possível impacto das tarifas impostas mutuamente entre as duas maiores economias mundiais, o FMI calculou que a guerra comercial poderia reduzir o PIB (Produto Interno Bruto) mundial em cerca de 0,8% em 2020 e levar ainda a mais perdas nos anos seguintes.

Rice reconheceu que o ritmo da atividade económica mundial “continua a ser relativamente lento”, uma evolução provocada pelo aumento de tensões comerciais e geopolíticas, que “resultaram num aumento da incerteza”.

“Isso tem repercussões nos negócios e comércio mundial”, explicou o porta-voz.

O FMI irá anunciar novas projeções na sua próxima assembleia geral, em conjunto com o Banco Mundial, entre os dias 12 e 14 de outubro, na capital americana.

No seu último relatório de perspetivas económica globais, apresentado em julho, o FMI reduziu as previsões de crescimento global deste ano para 3,2%, devido à guerra comercial e outras tensões internacionais.

Os EUA aplicaram uma taxa de 15% no passado dia 01 de setembro a importações chinesas avaliadas em 101 mil milhões de dólares (112 mil milhões de dólares à cotação atual) e que incluem bens como têxteis, calçado, material escolar, alimentos e outros produtos.

No mesmo dia, a China aplicou taxas entre 5% e 10% a produtos americanos avaliados em 68 mil milhões de euros (75 mil milhões de dólares).

Esta madrugada, os dois países anunciaram que iam atrasar a imposição de mais tarifas, numa decisão que parece demonstrar uma tentativa de arrefecer a tensão.

Na mesma conferência de imprensa, Gerry Rice garantiu que o FMI estava “plenamente comprometido” na ajuda à Argentina, reconhecendo que o país está numa situação “extremamente difícil”.

“O nível de inflação continua muito elevado e isso fez aumentar a taxa de pobreza”, ao mesmo tempo que a atividade económica se reduziu, de acordo com o porta-voz do Fundo.

Rice confirmou que uma delegação argentina irá a Washington no “final de setembro” para continuar a negociar com o FMI sobre um programa de assistência financeira avaliado em 56.300 milhões de dólares (51.071 milhões de euros).

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