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Guerra comercial não assusta os touros de Wall Street

Enquanto as palavras vão e vêm, o certo é que Wall Street valorizou mais de 3% nos últimos cinco dias.
25 Maio 2020, 10h41

No final de 2019 o mercado accionista norte-americano valia $37,7 triliões, numa altura em que o FED tinha um balanço de $4,1 triliões. Hoje o FED já vai com um balanço de $7 triliões e uma parte do “novo” capital acabou de forma indirecta no mercado. É muito por causa disso que não obstante uma forte contracção da maior economia mundial, da incerteza quanto à rapidez da normalização da vida de uma boa parte dos cidadãos do globo e das incógnitas quanto à rentabilidade das empresas num mundo que mudou substancialmente em apenas dois meses, Wall Street está muito perto de novos máximos, com o Nasdaq por exemplo a encerrar sexta-feira a uns escassos 5% de território desconhecido.
E nem a probabilidade de um reacendimento da guerra comercial parece para já assustar os touros, nem mesmo a retórica de Trump ou a decisão do U.S. Commerce Department de adicionar mais 33 empresas chinesas à lista uma negra, por violação de direitos humanos e por questões de segurança nacional. Uma novo episódio desta saga depois de há poucas semanas o mesmo departamento ter colocado restrições significativas às empresas norte-americanas na venda de material à gigante Huawei.
Para além disto a notícia de que Pequim pode aprovar esta semana uma nova lei de segurança nacional para ser implementada em Hong Kong foi mal recebida pelo mercado, até porque Trump já veio dizer que os EUA irão reagir contra essa lei, enquanto do lado chinês a resposta não tardou, com um aviso claro de que o pais mais populoso do mundo irá proteger a sua soberania, segurança e interesses, ameaçando retaliar contra qualquer medida norte-americana.
Mas enquanto as palavras vão e vêm o certo é que Wall Street valorizou mais de 3% nos últimos cinco dias, enquanto que o U.S dólar terminou a semana a ganhar 0,3% contra um cabaz de outras moedas principais, o que empurrou o Euro para um deslize de -0.5%, não afectando contudo o Yen, que se manteve inalterado. A força na moeda nipónica poderá ter vindo dos que procuraram algum refúgio em véspera de fim de semana prolongado, uma indicação que também esteve presente no preço do Ouro, que valorizou 0.4% para os $1,735. Seja como for e apesar da tendência ser ascendente, denota-se que o sentimento está a ficar um pouco menos claro, com algum ruído crescente sobre a razoabilidade das avaliações de mercado e a dissociação entre Wall Street e a Economia.
O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é de 4 horas.

Delimitado por um canal lateral (linhas azuis), será importante estar atento ao teste da linha superior que poderá estar para breve.

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