O número de oficiais e sargentos é cada vez maior nas Forças Armadas em detrimento dos praças. A situação é tal de maneira preocupante que as associações militares revelam que deixou de fazer sentido falar numa piramide hierárquica, dado que a base já é inferior ao conjunto de oficiais e sargentos, segundo conta a edição do “Jornal de Notícias” desta quinta-feira, 7 de novembro.
De acordo com os dados de 2018 do Ministério da Defesa, havia 11.369 praças para 8.738 sargentos e 6.905 oficiais (num total de 15.643). Já na Força Aérea existem mais militares nas classes de sargentos (2.620) e oficiais (1.944) do que praças (1.390). “Dos cerca de mil militares que saíram no primeiro trimestre de 2019, cerca de 750 eram praças do Exército”, refere ao “JN” António Mota, tenente-coronel da Força Aérea e presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA).
Os representantes militares falam em situações limite e traçam cenários negros para as Forças Armadas, caso não sejam adotadas medidas para reforçar o recrutamento e conter as saídas, tais como, o aumento de salários, já que um soldado apenas recebe o salário mínimo.
“Ao fim de 20 ou 25 anos de carreira, não é motivador para um militar ter progredido e continuar a ter de fazer tarefas básicas porque não há pessoas para faze-las. Estatutariamente, isso nem é permitido, mas se, cumpríssemos o nosso estatuto, as Forças Armadas paravam devido à falta de praças”, afirma José Pereira, sargento-ajudante, da Associação Nacional de Sargentos (ANS).
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