“Um homem que dorme tem em círculo à sua volta o fio das horas, a ordem dos anos e dos mundos. Consulta-os instintivamente ao acordar, e neles lê num segundo o ponto da terra que ocupa, o tempo que decorreu até ao seu despertar; mas as respectivas linhas podem misturar-se, quebrar-se”. Não convocamos em vão as palavras de Marcel Proust na obra “Em Busca do Tempo Perdido, Do Lado de Swann”.
Essa busca, plasmou-a o escritor em sete volumes, que uns consideram ser um só romance dividido em sete e, ao mesmo tempo, um ensaio ou um longo poema. No caso de Rui Moreira – artista plástico a quem o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa, dedica a primeira retrospetiva em Portugal, pela mão do curador João Pinharanda –, a busca não é pelo tempo perdido, nem pelo tempo futuro. Não é um artista conceptual, diz ao Jornal Económico. “Trabalho mais com o corpo e com a intuição, só penso a seguir”.
Aliás, “pensar é superficial”, acrescenta, remetendo para Proust. Nos seus desenhos existe um trabalho de ritmo e de elevada concentração. “O corpo é o meu instrumento. O corpo na sua totalidade, não só o cérebro, não só a mão. O meu desenho é um desenho de campo alargado, no sentido em que os desenhos estão mais ligados à literatura, à música, à poesia e ao cinema do que à história da pintura”.
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