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“Há mais de 20 anos que o Estado não mete um cêntimo na TAP”, afirma Pedro Nuno Santos

O Ministro das Infraestruturas e da Habitação defende que o Governo já devia ter metido dinheiro na companhia aérea anteriormente. “Não podíamos deixar a TAP descapitalizada durante tanto tempo e deixamos”.
  • Cristina Bernardo
9 Julho 2020, 00h10

Pedro Nuno Santos refere que “há mais de 20 anos que o Estado português não mete um cêntimo na TAP”. No programa ‘Grande Entrevista’ da “RTP3”, o Ministro das Infraestruturas e da Habitação defende que o Governo já deveria ter tido uma intervenção financeira anteriormente.

“Olhamos sempre para a TAP como uma empresa que sistematicamente dá prejuízo. É um facto, mas o que é interessante e que normalmente ninguém sabe é que há mais de 20 anos que o Estado português não mete um cêntimo na TAP. Metemos zero e acho que o Estado já devia ter metido antes. Se queremos ter uma companhia aérea e se achamos que ela importante para o país e que serve a economia portuguesa, não podíamos deixar a TAP descapitalizada durante tanto tempo e deixamos”, salienta.

O Ministro das Infraestruturas e da Habitação não garante que os 1.200 milhões de euros possam ser a única injeção de capital na companhia aérea. “Não consigo e era desonesto se o estivesse a fazer. Nenhuma pessoa neste mundo consegue ter a certeza sobre a evolução do turismo, da aviação e da economia em geral”.

A única garantia dada por Pedro Nuno Santos é de que a TAP e a Comissão Europeia chegaram a um valor fundado nas previsões e resultados da própria transportadora aérea que “nos dá a garantia que temos uma folga do ponto de vista da liquidez para operar e trabalhar até para lá do final do ano”.

O Ministro das Infraestruturas e da Habitação olha já para o futuro da empresa. “Não vamos estar assim eternamente a pandemia e a recessão económica terão um fim e precisamos de uma companhia aérea que mesmo que sofra alguma redução agora que possa recuperar e até voltar a crescer. Os cidadãos vão continuar a voar”.

Sobre o plano de reestruturação do Governo e os objetivos estratégicos definidos para a TAP, Pedro Nuno Santos, esclarece que o plano de reestruturação vai de alguma forma determinar o tipo de empresa que a TAP poderá ser. “Por um lado, não queremos uma empresa muito pequena, por outro não queremos uma empresa demasiado grande, parada e que não consegue ser sustentável. Queremos um processo de seleção que tenha os melhores gestores”, frisa.

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