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Habitação: Preços aumentam 8,6% em 2023 para 1.611 euros/m2

A Grande Lisboa continua a ser a sub-região com o preço mediano da habitação mais caro, situando-se nos 2.740 euros por metro quadrado no conjunto do ano passado. Seguiram-lhe o Algarve (2.613 €/m2), Península de Setúbal (1.901 €/m2), Região Autónoma da Madeira (1.889 €/m2) e Área Metropolitana do Porto (1.800 €/m2).
23 Abril 2024, 12h36

O preço mediano do alojamento familiar em Portugal aumentou 8,6% no total do ano passado quando comparado com 2022, situando-se nos 1.611 euros por m2. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira, 23 de abril, revelando também uma descida em cadeia dos preços habitacionais nos últimos três meses do ano passado.

“O preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional nas sub-regiões da Grande Lisboa (2.740 euros/m2), Algarve (2.613 euros/m2), Península de Setúbal (1.901 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (1.889 euros/m2) e Área Metropolitana do Porto (1.800 euros/m2)”, sustenta o INE.

No total de 2023, 50 municípios apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional, localizados maioritariamente nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios), na Grande Lisboa (todos os nove municípios), na Península de Setúbal (oito em nove municípios) e na Área Metropolitana do Porto (sete em 17 municípios). O município de Lisboa (4.167 euros/m2) registou o preço mais elevado do país. Verificaram-se também valores superiores a três mil por m2 em Cascais (3.976 euros/m2), Loulé (3.269 euros/m2), Lagos (3.182 euros/m2), Vila do Bispo (3.162 euros/m2) e Oeiras (3.158 euros/m2), referiu o INE, relativamente a 2023.

“No período de doze meses acabado em dezembro de 2023, Lisboa registou o preço mediano da habitação mais elevado, entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador: 4.038 euros/m2 por compradores do território nacional e 5.936 €/m2 por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro”, sustenta o órgão estatístico.

“Além de Lisboa, também Cascais e Porto registaram, simultaneamente, preços medianos de alojamentos familiares superiores a 2.750 euros/m2 em transações envolvendo compradores com domicílio fiscal em território nacional e superiores a 3.500 euros/m2 por compradores no estrangeiro. Os municípios de Lisboa, Cascais, Oeiras e Porto distinguiram-se também por apresentaremos preços medianos mais elevados, entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, nas duas categorias do sector institucional do comprador consideradas. Os municípios de Oeiras e Almada apresentaram diferenciais de preços entre sectores institucionais do comprador superiores a 650 euros/m2”, disse o INE.

Preço da habitação aumentou 7,9% no quatro trimestre

No quarto trimestre, o preço mediano fixou-se em 1.619 euros/m2, um valor que representou um decréscimo de 1,3% em relação ao terceiro trimestre, “invertendo a tendência de crescimento que se verificava desde o quarto trimestre de 2022”. No entanto, face ao trimestre homólogo verifica-se “um acréscimo de 7,9% no valor mediano das vendas, inferior ao observado no terceiro trimestre de 2023, que se situou em 10%”.

No último trimestre do ano, “as sub-regiões da Grande Lisboa (2.728 euros/m2), Algarve (2.623 euros/m2), Península de Setúbal (1.952 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (1.869 euros/m2), Área Metropolitana do Porto (1.776 euros/m2) e Alentejo Litoral (1.674 euros/m2) registaram preços da habitação superiores aos do país”. Destas, apenas a Península de Setúbal (9,8%) e o Alentejo Litoral (8,3%) registaram também taxas de variação homóloga superiores à nacional.

Ainda no período em análise, a sub-região Douro registou a maior diminuição homóloga dos preços da habitação (15%). Em sentido oposto, evidenciou-se o Oeste com o maior crescimento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (16,7%). “Tal como em trimestres anteriores, o Alto Alentejo apresentou o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (520 euros/m2)”.

O valor mediano de alojamentos que envolveu a compra por parte de estrangeiros foi de 2.241 euros por m2, revelando-se uma subida de 0,1% face ao trimestre homólogo. Já nas transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional atingiu-se os 1.584 euros/m2, mais 8% face ao trimestre homólogo.

“Cinco das seis sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados apresentaram também os valores mais elevados envolvendo compradores com domicílio fiscal no estrangeiro e em território nacional: Grande Lisboa (4.415 euros/m2 e 2.675 euros/m2), Algarve (3.110 euros/m2 e 2.487 euros/m2), Área Metropolitana do Porto (2.973 euros/m2 e 1.751 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (2.598 euros/m2 e 1.821 euros/m2) e Península de Setúbal (2.318 euros/m2 e 1.940 euros/m2). No Alentejo Litoral (1.638 euros/m2), o preço mediano envolvendo compradores com domicílio fiscal em território nacional era também superior ao valor do país”, acrescentou o INE.

Já nas sub-regiões Grande Lisboa e Área Metropolitana do Porto, o preço mediano das transações efetuadas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro superou, respetivamente em 65% e 69,8%, o preço das transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional, salientou o INE.

“O preço mediano de alojamentos familiares adquiridos pelas famílias em Portugal, no quatro trimestre de 2023, foi 1.637 euros/m2 (mais 7,1% em relação ao trimestre homólogo) e pelos compradores pertencentes aos restantes sectores institucionais, 1.500 euros/m2 (mais 12,5% do que no trimestre homólogo)”.

“As seis sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados apresentaram também preços superiores ao do país considerando as duas categorias do sector institucional do comprador (famílias e restantes sectores institucionais): Grande Lisboa (2.757 euros/m2 e 2.516 euros/m2, respetivamente) e Algarve (2.661 euros/m2 e 2.243 euros/m2) – com valores superiores a dois mil euros/m2 em ambas as categorias –, Península de Setúbal (1.990 euros/m2 e 1.635 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (1.872 euros/m2 e 1.827 euros/m2), Área Metropolitana do Porto (1.792 euros/m2 e 1.678 euros/m2) e Alentejo Litoral (1.667 euros/m2 e 1 807 euros/m2)”, indica o INE.

“A Lezíria do Tejo registou a maior diferença entre o preço mediano de alojamentos familiares adquiridos por famílias e o preço da habitação dos compradores pertencentes aos restantes setores institucionais (737 euros/m2, o que corresponde a mais 170,2%)”, sublinhou o instituto de estatística.

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