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Isaltino Morais: “Se nada for feito, vamos voltar a ver Lisboa com barracas”

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras pede aos futuros governos que aprovem medidas de apoio para mais investimento em habitação pública. “Se nada for feito vai ser uma miséria para as famílias de classe baixa. Vamos voltar a ver Lisboa com barracas”, alertou o autarca no evento do JE que decorreu esta segunda-feira.
17 Março 2025, 10h56

É um alerta para aquilo que poderá ser uma realidade na capital portuguesa até 2030. Isaltino Morais lançou um apelo aos futuros governos para que tomem medidas de investimento à habitação pública, para que Lisboa não volte a ser uma cidade de barracas. O aviso do autarca foi deixado no painel ‘As empresas privadas e as cidades – o que pode ser feito, onde investir?’, inserido na conferência ‘Zona de Impacto Global – Pensar o ESG”, organizado pelo Jornal Económico em parceria com o Novobanco e que decorre na Faculdade de Arquitetura de Lisboa esta segunda-feira e que tem como foco o debate sobre a importância do ESG (ambiental, social e governança) para um mercado mais sustentável e justo.

“É preciso mais investimento público, mais habitação pública e alteração na lei dos solos. Se os governos não aprovarem medidas neste sentido, dentro de cinco anos estaremos numa situação extremamente grave. Vamos voltar a ver Lisboa com barracas”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Oeiras.

Uma das soluções está centrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que Isaltino Morais considera ser transformador no nosso país para resolver o “gravíssimo” problema da habitação, principalmente para as famílias mais carenciadas.

“Nos próximos cinco anos se nada for feito vai ser uma miséria para as famílias de classe baixa, porque os outros vai sempre haver estrangeiros a comprar aos promotores, mas depois falta a habitação pública”, salientou, acrescentando que é possível fazer habitação publica para o bolso da classe media baixa, dando como exemplo o que acontece em Oeiras.

“No caso de Oeiras há uma pequena percentagem de 200 milhões de euros para habitação pública por parte da câmara e mais 230 milhões do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana. No lado do terreno da câmara estão a ser feitas habitações por 190 mil euros, no outro lado da rua em outro terreno estão casas a 600 mil euros. Não podemos fazer bairros municipais só de habitação pública pura e dura”, referiu.

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