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Hermes ultrapassa Louis Vuitton com vendas a abrandarem na China e EUA

Estratégia da Hermes para manter-se independente deu resultados. Companhia mantém uma aura de exclusividade que a distingue das restantes casas de luxo.
FILE PHOTO: Rachel Koffsky, International Senior Specialist at Christie’s Handbags & Accessories, poses with a piece titled “A rare, matte white himalaya niloticus crocodile Birkin 25 with palladium hardware, Hermes, 2013” which is on display as part of “Handbags Online: The London Edit” at Christie’s in London, Britain, November 18, 2021. REUTERS/Tom Nicholson/File Photo
15 Abril 2025, 12h42

A capitalização bolsista da Hermes ultrapassou a da rival LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton) hoje em negociação na bolsa de Paris. A fabricante da bolsa Birkin atingiu 243,65 mil milhões de euros, ultrapassando os 243,44 mil milhões da segunda.

A Hermes tornou-se assim na terceira cotada europeia mais valiosa, apenas atrás da alemã SAP, especializada em software para empresas e serviços de cloud, e a fabricante de medicamentos para diabetes e perda de peso, a dinamarquesa Novo Nordisk.

Há 15 anos, a LVMH tentou comprar a Hermes, mas sem sucesso. Agora, a queda da LVMH na bolsa de Paris após revelar resultados desapontantes no primeiro trimestre com a ajuda da quebra da procura na China e nos EUA e com a guerra comercial entre os dois blocos.

A estratégia da Hermes tem dado resultados: os seus bens destinam-se apenas aos mais ricos, mantendo a sua exclusividade e sabendo gerir a oferta para manter sempre em alta a procura.

As receitas da LVMH caíram 2% no primeiro trimestre deste ano, face a período homólogo, para os 20,3 mil milhões de euros

“Em ambientes de incerteza, as pessoas tendem a ir para a qualidade, para a segurança, e a a Hermes representa isto. A LVMH é talvez mais cíclica do que a Hermes”, disse Jelena Sokolova da Morningstar, citada pela “Bloomberg”.

A ascensão da Hermes representa uma vitória da sua estratégia para se manter independente após a investida do líder da LVMH em 2010 quando revelou que tinha estado a investir discretamente na empresa.

Em resultado, os membros da família Hermes juntaram-se para travar o “o lobo em caxemira”, como é conhecido Bernaud Arnault, pelas suas tomadas hostis de marcas históricas. Em resultado, o empresário acabou por desfazer-se das ações uns anos mais tarde.

A LVMH – dona da Louis Vuitton, Dior ou da Tiffany – registou vendas de 85 mil milhões em 2024, com um lucro operacional de 20 mil milhões. A Hermes é substancialmente mais pequena: vendas acima de 15 mil milhões e lucros operacionais acima de seis mil milhões.

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