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Hidrogénio: Salvador Malheiro desafia João Galamba a demonstrar que não está “a fazer um frete a alguém”

Secretário de Estado da Energia criticou “insinuação gratuita” e pôs em causa que o presidente da Câmara de Ovar tenha lido ou entendido a estratégia nacional para o hidrogénio. “Não parta outra vez para o insulto (como já fez com outros). Fica-lhe mesmo mal enquanto governante da Nação”, respondeu Malheiro.
  • Flickr/PSD
17 Agosto 2020, 15h13

O presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, desafiou o secretário de Estado da Energia, João Galamba, a demonstrar que não se está “a fazer um frete a alguém” no Plano Nacional para o Hidrogénio aprovado pelo Governo. Isto depois de ter dito “não parta outra vez para o insulto (como já fez com outros)” a Galamba, considerando que tal prática “fica-lhe mesmo mal enquanto governante da Nação”, após o governante ter respondido que uma publicação no Twitter do autarca social-democrata o levava a concluir que Malheiro não lera a estratégia para o hidrogénio nem percebera que o decreto-lei já foi publicado.

Galamba respondeu mais tarde à “insinuação gratuita” de que estaria a “fazer um frete a alguém”, garantindo que a estratégia nacional para o hidrogénio “está totalmente alinhada com a estratégia, objetivos e mecanismos de financiamento europeus”. “Se tem alguma dúvida, é perguntar; se só tem insinuações e quer inverter o ónus da prova, lamento mas não tenho muito para lhe dizer”, acrescentou na resposta ao autarca social-democrata.

Tudo começou quando Salvador Malheiro comentou no Twitter o Plano Nacional para o Hidrogénio, deixando claro que, apesar de aprovar o recurso a essa fonte de energia, “estipular metas sem começar pelas redes de distribuição, pela tecnologia, pela descentralização, e não acautelando que tal plano não terá custos para os contribuintes a favor de lobbies” é algo que merece a sua reprovação.

O governante socialista respondeu que as questões levantadas pelo autarca de Ovar “estão clara e cabalmente respondidas” no documento sobre a estratégia para o hidrogénio e no decreto-lei do sistema nacional de gás, comentando que “parece que passou a haver um desporto nacional chamado opinar sem ler”. E acrescentou que “é mesmo um dos pilares da estratégia não haver qualquer custo para consumidores de energia”, defendendo a sua conclusão de que Salvador Malheiro não leu ou tresleu os documentos, “porque quem tenha lido não poder ter essas dúvidas”.

Por seu lado, Malheiro retorquiu que “em termos de entendimento da matéria o que nos separa é uma dimensão aproximadamente igual ao inverso da constante de Stefan-Boltzman [segundo a qual o total de energia irradiada por unidade de área de superfície de um corpo negro numa unidade de tempo é proporcional à quarta potência da temperatura termodinâmica]”, respondendo que as redes não estão preparadas para o hidrogénio, a tecnologia prevista não é a mais eficiente, não se privilegia a produção descentralizada e junto aos consumidores, e não se garante que os consumidores-contribuintes nada pagarão no futuro”.

Algo que levou Galamba a escrever que a produção descentralizada está “claramente prevista na estratégia”, sendo dito que é a prioridade, em regime de autoconsumo, tanto na indústria como nos transportes.

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