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Hospitais adiam exames oncológicos para lucrar com rastreios

“É uma vergonha o que se está a fazer. Se tivéssemos capacidade instalada nos hospitais não teria problema algum, mas faltam anestesistas, colonoscópios, o material não é renovado”, explica Luís Tomé, presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.
23 Março 2019, 10h03

Há várias centenas de doentes em tratamento oncológicos em hospitais públicos que ainda esperam exames ao cólon e reto porque estão a ser ultrapassados por utentes que vão apenas fazer colonoscopias de rastreio, revela o “Expresso” na edição deste sábado (23 de março).

Em causa está o facto de o Ministério da Saúde ter passado a dar a estas unidades hospitalares um incentivo financeiro para os casos de prevenção/avaliação de pólipos e lesões cancerígenas, segundo denunciou a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

“É uma vergonha o que se está a fazer. Se tivéssemos capacidade instalada nos hospitais não teria problema algum, mas faltam anestesistas, colonoscópios, o material não é renovado. É uma política desastrosa, com um enorme desperdício de dinheiro”, afirmou ao jornal Luís Tomé, presidente desta sociedade.

De acordo com a notícia avançada pelo semanário do grupo Impresa, está a ser dada prioridade aos rastreios porque são mais lucrativos: uma colonoscopia na atividade regular é paga por cerca de 169 euros (tal como recebem os privados com acordo), mas vale 378 euros quando é para vigilância.

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