Acaba de ser publicado o relatório anual de seguros de M&A da Howden e Francisco Alvim, Director M&A Insurance Portugal Howden Iberia, diz que “entre outros aspetos, o nosso relatório apresenta os números mais relevantes por jurisdição, incluindo uma secção específica para Espanha e Portugal”.
O relatório anual sobre seguros de M&A na Europa, foi preparado com base nas operações assessoradas pela Howden M&A em 2022.
“O ano de 2022 foi um ano recorde no que diz respeito a seguros de M&A. O que estamos a ver e que podemos esperar em 2023 na Península Ibérica? Estamos a assistir a um aumento no volume de transações desde o final do primeiro trimestre de 2023, que esperamos que continue”, refere Francisco Alvim.
“Após um quarto trimestre de 2022 e um primeiro trimestre de 2023 em que o volume de transações diminuiu, o segundo trimestre 2023 registou uma clara recuperação tanto em volume como em tamanho das operações. As expetativas para o segundo semestre do ano são muito boas”, defende o responsável da M&A Insurance Portugal Howden Iberia,
A Howden destaca a forte concorrência entre seguradoras, e as melhores condições de cobertura e preço. “A entrada de novos players, bem como a reativação do mercado, levou a uma maior concorrência entre seguradoras, o que se reflecte tanto em melhores condições de cobertura como de preços”, refere Francisco Alvim.
A utilização de seguros para contingências identificadas, especialmente em matéria fiscal, continua a registar um claro crescimento, revela a Howden.
“A contratação de seguros específicos para contingências identificadas está em voga, uma vez que estes produtos apresentam vantagens significativas. Estas soluções de cobertura têm sido utilizadas, por exemplo, para desbloquear negociações e levar a bom porto diversas operações”, detalha o responsável pela M&A Insurance Portugal Howden Iberia,
O que diz o relatório?
As fusões e aquisições na Península Ibérica continuaram a registar níveis elevados de atividade em 2022, especialmente até ao 3º trimestre. No entanto, o aumento das taxas de juro e a incerteza económica em toda a Europa também afetaram a região, resultando num abrandamento significativo no quarto trimestre de 2022.
Apesar disso, as perspetivas para 2023 permanecem positivas, potencialmente com um início lento, mas com a expetativa de ver um aumento significativo no segundo semestre de 2023, prevê a consultora.
Na Península Ibérica, o sector dos seguros de fusões e aquisições continuou a assistir a um aumento da procura de apólices de seguros de fusões e aquisições em todos os sectores em 2022. “Esta tendência é consistente com os padrões históricos, uma vez que as empresas procuram cada vez mais salvaguardar os seus investimentos e garantir condições de cerveja para os seus negócios, especialmente em processos competitivos”, refere o relatório.
“São de salientar os produtos de seguro especializados para cobrir riscos conhecidos, tais como os riscos fiscais, de propriedade, ambientais e de litígio. Estes produtos tornaram-se uma componente vital da negociação, proporcionando aos clientes uma maior proteção e flexibilidade na negociação das condições, a fim de evitar a redução do preço ou indemnizações específicas no âmbito dos acordos de aquisição subjacentes”, destaca a Howden.
Além disso, as apólices de seguro específicas para riscos fiscais e riscos de litígios são amplamente utilizadas para para cobrir riscos fora das transacções de M&A em curso. Pois apesar do abrandamento geral das fusões e aquisições estes produtos têm registado um crescimento contínuo, revela o relatório.
As seguradoras estão optimistas quanto ao futuro do mercado ibérico e antecipam uma procura contínua e crescente de produtos de seguros de M&A, segundo a Howden.
“Os mercados de seguros existentes reforçaram ainda mais as suas equipas, não só no sector de W&I (garantia e indemnização), mas também em áreas especializadas como a fiscalidade. Anteriormente, havia um número muito limitado de seguradoras que dispunham de capacidades linguísticas de subscrição em português. Atualmente, nomeadamente em Portugal, algumas seguradoras de W&I contrataram subscritores com estas capacidades, o que confirma o interesse crescente pelo mercado português.”, lê-se no relatório.
Além disso, vários novos players entraram no mercado ibérico de W&I, o que demonstra o seu potencial de crescimento e garante a competitividade do mercado, conclui o estudo.
“O mercado de seguros na região ibérica amadureceu ainda mais em 2022 e, à medida que o número de mercados de seguros aumentou, as seguradoras tornaram-se mais competitivas no seu respetivo nicho. As seguradoras continuam altamente interessadas em riscos localizados na região ibérica e, como resultado, os clientes beneficiam de posições de cobertura e preços mais competitivos. Em termos de coberturas, este facto tornou algumas seguradoras mais flexíveis e dispostas a negociar aspectos que anteriormente não eram negociáveis”, revela ainda o relatório.
Apesar do abrandamento no quarto trimestre de 2022, a Howden M&A Iberia registou um nível recorde de atividade, “caracterizado por uma série de transações notáveis na região, especialmente até ao terceiro trimestre de 2022”.
“Uma amostra de grandes transações assessoradas pela Howden é o processo hard staple implementado para a venda de um negócio de cuidados de saúde de cerca de 3,5 mil milhões de euros de enterprise value (EV) e um processo híbrido soft staple para a maior transação do ano em Portugal (cerca de mil milhões de EV), que envolveu a venda de dois fundos com uma carteira semi-operacional”, refere a Howden sem identificar.
“Em resposta à crescente procura, reforçámos ainda mais a nossa equipa com três novos colaboradores em 2022, incluindo Jesús Esteban Falero, um experiente advogado especializado em fusões e aquisições, que trabalhou anteriormente para algumas das principais sociedades de advogados espanholas”, diz a Howden.
“Na vertente fiscal, conseguimos assegurar um seguro para um risco fiscal já em litígio com a Autoridade Tributária espanhol, bem como para um conjunto de riscos com uma componente prospetiva. Trata-se de um desvio significativo em relação à utilização tradicional do produto de seguro fiscal, que, até há pouco tempo, se limitava aos riscos históricos e que ainda não estavam a ser analisados”, lê-se no relatório.
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