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Huawei apela a pacto global para garantir cibersegurança e rejeita “politização”

Numa altura em que os EUA acusam a Huawei de espiar os governos e empresas ocidentais, o ‘deputy chairman’ Ken Hu apelou a um pacto que envolva não só as tecnológicas mas também as várias indústrias e os reguladores. “Se a discussão sobre cibersegurança se tornar política, passará a assentar em sentimentos, em vez de factos”, defendeu o responsável da Huawei.
16 Abril 2019, 07h20

O deputy chairman do grupo chinês Huawei, Ken Hu, defendeu hoje que é necessário um pacto global entre as empresas de tecnologia, as diferentes indústrias e os reguladores nacionais para garantir a cibersegurança e a proteção dos dados dos utilizadores.

“Na Huawei compreendemos as preocupações das pessoas, porque também somos consumidores. É preciso fazer algo para que a tecnologia seja segura, com uma abordagem que envolva toda a indústria e toda a sociedade, para estabelecer padrões de cibersegurança para toda a indústria”, defendeu o responsável na sua intervenção de abertura do encontro anual com analistas, que decorre esta semana na cidade de Schenzen, no sul da China.

Hu frisou que esta abordagem deve envolver não só tecnológicas como a Huawei mas também as diferentes indústrias que utilizam as tecnologias e os reguladores. Só assim, disse, se pode garantir a confiança, a qual deve assentar em factos que possam ser comprováveis, acrescentou.

Estas declarações de Ken Hu foram proferidas numa altura em que os Estados Unidos acusam a Huawei de utilizar a sua tecnologia 5G para espiar os governos e as empresas dos países ocidentais. A Casa Branca tem feito pressão sobre a União Europeia para que seja vedado ao grupo chinês o acesso aos mercados europeus, mas até à data os governos do Velho Continente têm rejeitado essas pressões, atribuindo-as à luta em curso entre a China e os EUA pela supremacia no 5G.

Uma hora depois, respondendo a questões de um analista sobre o risco de sanções por parte dos Estados Unidos, Ken Hu reconheceu que as “questões geopolíticas e a mudança nas relações comerciais internacionais” são “riscos externos” a que a Huawei tem de estar atenta. Mas frisou que a cibersegurança deve ser visto como um tema técnico e não político.

“Não considero a cibersegurança um risco político. Isso é essencialmente uma questão técnica. No que toca à Huawei, por um lado faremos melhor o nosso trabalho. Por outro, vamos cooperar [no domínio da cibersegurança]. Vamos focar-nos nas tecnologia e afastar-nos da política”, disse.

Acrescentou, porém, que “se a cibersegurança for politizada, será um grande desafio” para a Huawei e para toda a indústria tecnológica, bem como para as relações comerciais entre países. “Porque se um assunto é politizado, essa discussão passa a ser baseada em sentimentos em vez de factos. E isso tipo de abordagem poderá colocar a tecnologia num desenvolvimento fragmentado. A fragmentação da tecnologia vai impedir a inovação e torná-la um custo para a nossa sociedade”, disse.

“O que quero transmitir é que fragmentação da tecnologia será um desafio não só para a Huawei mas para toda a sociedade”, concluiu.

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Fundada em 1988, a Huawei é uma multinacional de equipamentos para redes e telecomunicações. Em Portugal, tem trabalhado com as várias operadoras de telecomunicações nacionais desde 2005, quando se deu a passagem para as redes 3G. O grupo chinês é líder mundial na área nas redes de quinta geração 5G.

(*) O jornalista viajou a convite da Huawei

 

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