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Huawei espera 5G em Portugal já em 2020 e reforça presença no mercado nacional com centro tecnológico “único”

Empresa chinesa tem 50 contratos já fechados a nível mundial relativamente ao 5G, dos quais 28 na Europa, e conta com 150 mil estações base nesta tecnologia.
18 Julho 2019, 14h30

A Huawei espera que a quinta geração de rede móvel (5G) seja lançada em Portugal já em 2020, respeitando o calendário da União Europeia e o adotado pelo país, foi esta quinta-feira revelado num encontro com jornalistas, em Lisboa, que contou com a presença do presidente executivo da tecnológica em Portugal, Tony Li. O encontro com o grupo de jornalistas serviu também para dar indicações de como a Huawei se vai posicionar no mercado, a partir da sua operação em Portugal.

“Estamos à espera de que seja lançado o 5G no próximo ano”, afirmou Tony Li, depois de ser questionado quanto às expetativas da empresa de origem chinesa quanto ao lançamento comercial da quinta geração móvel no mercado português. O lançamento comercial do 5G está previsto para a última metade de 2020, tendo em conta que até junho do próximo ano decorre a libertação da faixa dos 700 Mhz (usada atualmente para a TDT) – a faixa liberta do espetro será ocupada pelo 5G.

A questão da libertação da faixa hoje usada pela TDT – Televisão Digital Terrestre já foi alvo de contestação de uma das operadoras de telecomunicações parceiras da Huawei em Portugal. Tony Li, indagado sobre a possibilidade de haver atrasos na implementação do 5G, afirmou que tal previsão “não é assim tão óbvia”. O CEO da Huawei Portugal mostrou-se seguro quanto ao lançamento do 5G, assegurando que a empresa “está presente em todo o ecossistema com todos os operadores” no país.

Ainda assim, numa primeira fase, o 5G apenas trará mais velocidade no acesso à internet, visto que questões de latência e conectividade só mais tarde serão asseguradas pela quinta geração móvel. As segundas e terceiras fases de implementação do 5G só serão uma realidade quando a 3GPP, organização internacional que define os padrões standard da tecnologia das redes móveis, assim decidir. No pleno uso do 5G, todo o potencial de áreas de atividade críticas para a competitividade dos países está desbloqueado, com recurso, por exemplo à realidade virtual.

No seguimento do tema, Tony Li revelou também que o smartphone 5G da Huawei vai chegar ao mercado português, embora não tenha revelado quando. Esse smartphone já foi lançado em alguns países da Europa, como na Suiça.

“Trata-se de um smartphone premium, que domina todo o ecossistema 5G, com uma enorme capacidade de armazenamento. É o primeiro no mercado que pode usar stand-alone 5G ou non stand-alone 5G, ou poderá usar as duas ao mesmo tempo”, segundo o explicado por Tiago Flores, diretor de Consumo da Huawei Portugal.

A aposta da Huawei, uma das maiores fabricantes de smartphone e fornecedoras de infraestruturas para telecom do mundo, em Portugal tornou-se hoje mais vísivel quando a empresa anunciou a criação em Lisboa de um centro tecnológico para otimização das redes 4G e 5G.

Este é o “único” centro nesta área específica da Europa, afirmou o presidente executivo da Huawei Portugal, Tony Li, num encontro com jornalistas em Lisboa.

O objetivo deste centro é “otimizar as redes de 4G e 5G”, da Huawei nos mercados europeus, a partir de Portugal. Tony Li não avançou o investimento realizado neste novo centro, mas foi anunciado o recrutamento de 30 engenheiros até ao final do ano para integrarem o novo centro tecnológico, que abrirá portas em setembro.

O responsável pela denominada área 5G and Wireless Solutions da Huawei Portugal, Samuel Ferreira, adiantou que este centro de suporte de serviços vai servir mercados europeus como a Alemanha ou Reino Unido, entre outros, a partir de Lisboa.

Numa primeira fase, este centro para melhoria das redes 4G e 5G vai funcionar na se de da Huawei Portugal.

Operação em Portugal pesa 159 milhões de euros
Durante o encontro com os jornalistas, a Huawei Portugal revelou, pela primeira vez, número operacionais da sua operação em Portugal. Segundo as afirmações do diretor de comunicações e relaçõe públicas da tecnológia, Diogo Madeira, o impacto económico da Huawei Portugal em 2018, o que inclui investimento, impostos e compras a fornecedores locais, entre outros, foi de 159 milhões de euros.

O valor representa uma subida de “40% face a 2017”, reforçou Tony Li. As receitas da Huawei no mercado português ascenderam a 235 milhões de euros em 2018, uma subida de 30% face aos 180 milhões de euros registados em 2017.

“[Em 2019] vamos ter de certeza um crescimento”, acrescentou Li, sem adiantar detalhes.

Questionado, em seguida, pelo impacto das acusações dos Estados Unidos sobre alegadas técnicas de espionagem a partir de dispositivos da Huawei, o CEO da filial portuguesa adiantou que não se sentiu “qualquer impacto” nos resultados em Portugal.

Diogo Madeira acrescentou que, até ao momento, “não há provas de falhas de segurança” e que “não há qualquer incidente com a Huawei”.

“Existimos há 30 anos e estamos em Portugal há 15 anos, os operadores confiam na Huawei”, reforçou Diogo Madeira.

o responsável salientou, ainda, que a Huawei tem um centro de cibersegurança em Bruxelas aberto a quem quiser testar equipamento. “Não podemos ser mais abertos e transparentes que isso”, afirmou o responsável.

Atualmente, a tecnológica chinesa tem 50 contratos já fechados a nível mundial relativamente ao 5G, dos quais 28 na Europa, e conta com 150 mil estações base nesta tecnologia.

O encontro com jornalistas contou com a presença de Tony Li, CEO da Huawei Portugal, Diogo Madeira, diretor de comunicações e relações públicas, Samuel Ferreira, responsável pela área 5G and Wireless Solutions, e Tiago Flores, diretor de consumo.

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