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Huawei já investiu mais de mil milhões de dólares em I&D na Europa, recorda ‘chairman’

Num discurso online na Web Summit, Liung Hua vincou que a Europa precisa de apostar em tecnologias como o 5G para impulsionar a inovação na indústria e para o benefício dos cidadãos. Numa altura em que as autoridades americanas questionam a segurança do equipamento da empresa, o ‘chairman’ alertou que são precisos “a padronização, a governança a proteção de privacidade e mecanismos de confiança transparentes”.
3 Dezembro 2020, 08h17

Numa altura em que as autoridades políticas dos EUA fazem lobbying para evitar que os países europeus permitam o uso da equipamento da Huawei nas redes de telecomunicações 5G, o chairman da empresa salientou que o continente precisa dessa tecnologia para inovar na economia e melhorar as vidas dos cidadãos, recordando que a gigante chinesa já investiu mais de mil milhões de dólares na investigação e desenvolvimento no continente europeu.

Num discurso de cerca de 10 minutos na Web Summit esta quarta-feira, Liang Hua, chairman da Huawei lembrou que a empresa está na Europa há 20 anos, empregando mais de 10 mil pessoas. “A empresa investiu mais de mil milhões de dólares em I&D e partilha valor com o ecossistema, unindo forças no âmbito da inovação e do desenvolvimento de talentos para reduzir os custos com a transformação digital”.

Segundo Hua, até 2025, mais de 30% do PIB global será gerado pela economia digital e a tecnologia 5G servirá mais de metade da população mundial. A Cloud Computing, Inteligência Artificial (IA), VR/AR e sistema de vídeo ultra-HD 4K/8K serão tecnologias revolucionárias, serão tecnologias, o live streaming em alta definição e a tecnologia 3D sem óculos criarão experiências imersivas, transformando a educação remota e o entretenimento virtual.

Os wearables tornar-se-ão um “hospital móvel”, ajudando a monitorizar a condição física em movimento, podendo beneficar mais de mil milhões de doentes crónicos, adiantou, enquanto a computação fotónica, quântica e biológica permitirá uma arquitetura de computação mais híbrida e heterogénea, diminuindo o consumo de energia ao mesmo tempo que processa grandes quantidades de dados.

“A Europa não é excepção e será também apresentada com enormes oportunidades”, refeiu, sublinhando que a o continente está comprometido em atingir a sustentabilidade, parcialmente através da tecnologia digital”, adiantou.

O chairman da Huawei recordou que em 2020, os países europeus deram prioridade a aplicação da tecnologia digital na vida quotidiana. “A longo prazo, as tecnologias digitais serão essenciais para a transição da Europa para uma sociedade mais justa e próspera”, disse.

Para enfrentar os desafios ambientais e melhorar a qualidade de vida das gerações atuais e futuras, por exemplo, as tecnologias digitais têm permitido às Pequenas e Médias Empresas (PME) comunicarem e fazerem negócios de uma maneira nova e contínua. As plataformas de redes sociais e comércio eletrônico permitem que as PME atendam melhor os clientes em áreas remotas. A análise de dados ajuda as PMEs a tomar melhores decisões no desenvolvimento de produtos, marketing e cadeia de fornecimento, explicou.

“A Europa possui uma forte base industrial e capacidade de inovação. As indústrias aeroespacial, automotiva e biomédica estão a explorar novas tecnologias nos seus serviços”, disse Liung Hua. “A convergência de 5G, cloud e IA vai ajudar ainda mais a indústir a se tornar digital, melhorar a produtividade e criar novo valor”.

Explicou que a inovação digital também é importante para a vida diária. “A saúde é uma área onde a tecnologia pode fazer uma grande diferença. A Covid-19 mudou a forma como as pessoas vivem e trabalham, mas a nova tecnologia de 5G, cloud e IA ajudaram a combater o vírus e a velocidade da pesquisa de vacinas”.

A teclonogia ajudou também a manter contínua a nossa atividade. “Teletrabalho, videoconferência, educação online e muito mais. Em tempos de pandemia, a tecnologia significa esperança e ajudará a Europa a recuperar-se de forma mais rápida e eficiente do impacto na economia”, frisou.

Alertou, no entanto, a economia digital também apresenta alguns desafios. “Quanto mais tecnologia é usada, mais padronização e governança são necessárias. Deve haver proteção de privacidade e mecanismos de confiança transparentes e acionáveis. Os dados só podem criar valor comercial real sob um sistema de governança global que seja aberto, seguro e confiável”, disse.

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