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Hyundai Ioniq Electric: Um elétrico que bate a concorrência aos pontos

Experimentar um carro elétrico para distâncias médias sempre causou um sufoco, quase uma ansiedade permanente até se perceber onde está uma tomada ou um carregador elétrico. Tenho de confessar que perdi parte desse receio na recente experiência do Ioniq 100% elétrico da Hyundai.
1 Dezembro 2017, 11h50

Dos 280 km de autonomia anunciados pela marca consegui fazer repetidamente 210 km com carga cheia. Ainda longe o suficiente para nos levar até ao Algarve, mas já com suficiente autonomia para ir a uma praia do Alentejo e voltar.

Ioniq passou a ser sinónimo de experiência e se o superlativo nunca se pode usar numa máquina que está em grande transformação, é legítimo e correto afirmar que este elétrico superaria as melhores expetativas do que se poderia esperar. Conduzir um carro elétrico com um binário máximo imediatamente disponível de 295 Nm produzido por um motor com uma potência de 120 cv é algo diferente, parece um veículo desportivo no arranque e na capacidade de recuperação. O Ioniq dá espetáculo no dia a dia da selva urbana e, para quem está preocupado com o ambiente, também é relaxante saber que no meio da poluição provocada pelos carros que emitem nitro e CO2, este é livre de tudo isso. É verde em termos de emissões.

A mobilidade e a capacidade de reação em circuito urbano ou em estrada nacional, onde fiz várias centenas de quilómetros, tendo recorrido a três carregamentos, é uma experiência diferente. E depois vem o custo: cada 100 km percorridos deverão ter custado entre os 2 euros e os 2,3 euros, cerca de metade do carro a diesel ou a gasolina com motores eficientes. Claro que ainda não há comparativo possível enquanto se mantiver o valor elevado do custo das baterias. Daí o Ioniq Electric custar 38.500 euros de base, quase nove mil euros mais do que o “irmão” híbrido. É o valor das baterias de 28 kwh que continua elevado, e depois é preciso continuar a estudar no mapa as localizações dos carregadores. O veículo tem um suporte tecnológico de topo e facilmente localiza os carregadores disponíveis. Claro que os pontos de carregamento rápido que demoram 20 minutos ainda são escassos, mas começa a ser normal vermos nas bombas de combustível das autoestradas algumas filas para o desejado recarregamento. A tendência, porém, é aumentar a oferta.

O relevante nesta experiência é a perda do sentimento de angústia sobre o fim da energia, pois esta é uma autonomia que permite dar todas as voltas numa cidade ou preparar uma viagem para sul ou para norte com uma única paragem. De resto, o interior do Ioniq não se diferencia, em termos de conforto, de qualquer outro automóvel premium, nem sequer há necessidade de cortar com alguns consumos de energia, agravando as condições da viagem para poupar na bateria. Fizemos a experiência com tudo ligado, como num veículo convencional a diesel.

O que se sente de diferente, para além dos arranques e das recuperações, é o silêncio. O único barulho o é o rolamento. Os pisos ouvem-se porque não existe ruído de motor e uma melhor insonorização daria jeito, assim como alguns cuidados na suspensão, que regista perdas pontuais de aderência quando o pavimento sofre desníveis abruptos.

Conduzir um elétrico é sinónimo de outros cuidados, a começar pelos peões que podem não se aperceber da viatura a circular, assim como a necessária aplicação de algum método na condução. Embora com uma velocidade estonteante no imediato, uma condução agressiva não é boa opção. Além disso, é importante saber aproveitar a energia armazenada, tanto na suavidade da condução, como na regeneração potenciada pelas travagens.

Em termos de design, o Ioniq é irrepreensível. Desenhado bem ao gosto europeu, a marca regista a particularidade de ter três motorizações elétricas disponíveis: para além do elétrico a 100%, existe o hybrid e o plug-in hybrid.

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