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Ibero-Americana: Marcelo e Costa pelo multilateralismo e contra desunião no combate à covid-19

“Estamos todos no mesmo barco, ninguém se salva sozinho”, declarou o chefe de Estado, antes de acentuar perante o rei e o primeiro-ministro de Espanha que o combate à pandemia da covid-19 “é uma questão global e não de uma questão eleitoral, partidária, de um grupo social ou económico”.
  • Da esquerda para a direita: Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, Rei de Espanha Felipe VI, Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-ministro de Portugal, António Costa
21 Abril 2021, 08h45

O Presidente da República e o primeiro-ministro participam hoje na reunião plenária da XXVII Cimeira Ibero-Americana, em Andorra, fórum em que têm assumido uma posição conjunta em defesa do multilateralismo e de um combate global à covid-19.

Na terça-feira, em Andorra-a-Velha, antes da cerimónia inaugural desta cimeira, perante uma plateia de empresários do espaço Ibero-Americano, Marcelo Rebelo de Sousa evocou o exemplo de Portugal em que mais de 80% dos deputados, ao longo do último ano, têm aprovado sucessivos estados de emergência, planos de confinamento e de desconfinamento contra a covid-19.

“Estamos todos no mesmo barco, ninguém se salva sozinho”, declarou o chefe de Estado, antes de acentuar perante o rei e o primeiro-ministro de Espanha que o combate à pandemia da covid-19 “é uma questão global e não de uma questão eleitoral, partidária, de um grupo social ou económico”.

Também no Fórum Empresarial Ibero-Americano, o primeiro-ministro atacou as políticas de fecho de fronteiras para impedir a saída de vacinas contra a covid-19 e as “guerras nacionais” em função do país de origem dessas vacinas, defendendo em contrapartida mais prevenção e regulação.

António Costa salientou na sua intervenção que o vírus “não tem nacionalidade nem conhece fronteiras” e que “também as vacinas não têm nacionalidade”.

“Todas as vacinas que demonstrem a sua eficácia e segurança sanitária têm de possuir licença de introdução no mercado. Essas vacinas tanto podem ser produzidas na Europa, nos Estados Unidos, na China ou na Rússia. A verdade é muito clara: Todos somos poucos para produzir a quantidade de vacinas necessárias à escala global”, frisou.

O primeiro-ministro considerou mesmo “inadmissíveis as guerras comerciais com base em bens essenciais, como são as vacinas”.

Antes da reunião plenária da cimeira, que será dedicada aos temas do desenvolvimento sustentável e da cooperação global contra pandemias, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa iniciam a manhã de hoje com uma série de reuniões bilaterais com chefes de Estado e de Governo de outros países.

Entre as várias reuniões, o Presidente da República encontra-se com o rei Filipe VI, enquanto com António Costa estará se reunirá com o seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez.

No final desta cimeira, ao início da noite em Lisboa, o Presidente da República e o primeiro-ministro darão uma conferência de imprensa conjunta.

A comunidade ibero-americana é composta por 22 países, dos quais três europeus, Portugal, Espanha e Andorra, e 19 latino-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, México, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Cuba e República Dominicana.

A primeira cimeira desta comunidade realizou-se em 1991, em Guadalajara, no México. Os encontros repetiram-se, com periodicidade anual, até 2014. Desde então, passaram a ser de dois em dois anos.

Na maior parte das cimeiras ibero-americanas, Portugal tem estado representado conjuntamente pelos chefes de Estado e de Governo.

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