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Ideia de “ecossistema do negócio” ganha importância na estratégia internacional das empresas

A competitividade já não se mede entre empresas, mede-se entre ecossistemas, sinalizaram os gestores e empresários participantes no painel Risk Assessment na Exportação do Portugal Exportador de que O JE é media partner.
18 Novembro 2020, 18h49

“Só entre os presentes consigo imaginar formas de colaboração na atual economia mundial, onde continua a ser necessário ter vantagens competitivas”, afirmou João Paulo Carvalho, administrador da Quidgest. O gestor falava no painel Risk Assessment na Exportação, no evento Portugal Exportador, do qual o Jornal Económico é media partner. Ao seu lado na tela (o evento teve forma digital devido à pandemia) pontificavam: André Magrinho, adjunto do Presidente na Fundação AIP, moderador do painel, João Safara, administrador do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), Rui Tavares, Head of Marine Department (Transportes) na VICTORIA Seguros, e Daniel Arci, Head of Legal Department na Transitex.

“A competitividade – explicou João Paulo Carvalho – “não se mede, já, tanto empresa a empresa”, mede-se “ecossistema a ecossistema”. Por outras palavras, não se trata mais de uma empresa isolada a competir contra outra empresa isolada. “Mesmo que vamos isoladamente a um determinado mercado, a um determinado concurso, a um determinado projeto, estamos, certamente, a concorrer com um ecossistema. Se vamos apenas como uma empresa contra um ecossistema estamos a perder”. O responsável da Quidgest partilhou que delegações comerciais mais estruturadas  incluem financiadores, seguradoras, prestadores de serviços, em suma, empresas de vários setores que se apresentam em conjunto com mais valias próprias para oferecer.

Daniel Arci alinhou pelo mesmo diapasão, destacando: “Temos que agregar valor e estarmos juntos com todos os ‘players’ – é o conceito que tem que dar certo para todos os que estão envolvidos no negócio”. O mesmo fez André Magrinho: “o ecossistema do negócio é uma ideia forte na estratégia internacional das empresas”.

O responsável da Fundação AIP, moderador do painel Risk Assessment na Exportação, lançou para a segunda parte do debate duas variáveis que impactam transversalmente todas as empresas – a transição digital e a sustentabilidade. Houve consenso em ambas. As empresas são cada vez mais chamadas a responder de forma positiva a esses desafios. De resto, nem têm alternativa. João Safra disse a propósito que o digital vai ter uma disrupção incrível – há, por exemplo, inspeções do ISQ que poderão vir a ser feitas por drones, mas vincou sobretudo a grande quantidade de informação disponível sobre as empresas à medida que a exigência dos consumidores aumenta.  “Não podemos esquecer as questões da sustentabilidade social, da sustentabilidade ambiental e da  sustentabilidade fiscal”.

Não ter folha limpa é outro risco para uma empresa, hoje em dia. “Não podemos estar a ver oportunidades no mercado externo se não tivermos cuidado em pagar devidamente os impostos, ou cuidado com o ambiente que temos de cuidar, ou cuidado com os colaboradores que são o nosso principal ativo”, afirmou.

Numa perspetiva de futuro, Rui Tavares diz que há que continuar na senda do que se sabe fazer bem: “aproveitar a nossa localização geográfica e usar o mar como via de transporte como via de comunicação entre os continentes”. Foi isso que Portugal, o pioneiro da globalização, sempre fez.

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